O Lamentável Declínio das Utopias Espaciais

“Narrativas ficcionais são um fator enorme moldando nossas expectativas do que é possível. Infelizmente, utopias estão atualmente fora de moda, como a tediosa proliferação de ficção distópica e filmes de desastre parece indicar. Por que só “libertarianos” [1] fantasiam sobre o espaço hoje em dia?”

por Brianna Rennix, na Current Affairs, Março de 2017

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Ilustração: Mike Freheit

Star Trek é um daqueles programas de TV cuja premissa básica seria horrível se o show não estivesse tão comprometido com seu próprio otimismo. Olhando por cima, é difícil imaginar como alguém fica são em uma nave estelar. Os personagens de Star Trek estão constantemente voando cegamente direto para algum novo inferno. Literalmente em cada canto do universo que visita, a Starfleet encontra alguma merda que desafia todo o conhecimento científico existente. Os membros da tripulação sofrem rotineiramente trocas de corpos, lavagens cerebrais, possessões por formas de vida extraterrestres, implantes de memórias falsas. Óh, e a maioria dos membros da tripulação trazem suas famílias inteiras a bordo, então durante os combates semanais da nave com a morte, todos eles precisam lidar com o conhecimento de que seu cônjuge e filhos quase certamente serão queimados vivos ou sufocados no vácuo do espaço. Todos naquele programa devem estar à beira de uma psicose completa, mas de alguma forma, todos parecem bastante satisfeitos com suas vidas. O nível de paz sobrenatural dos personagens com o desconhecido é provavelmente uma das principais razões pelas quais Star Trek é extraordinariamente reconfortante de se assistir.

Outra razão pela qual Star Trek é reconfortante é que não há nenhum maldito advogado no espaço.

Isso não é completamente verdade. Há alguns advogados no espaço. Mas não há advogados afiliados à Federação Unida dos Planetas, a grande e feliz aliança humanitária das civilizações planetárias comprometidas com a paz universal, o intercâmbio cultural e a acumulação de conhecimentos científicos. Existem alguns conselheiros militares itinerantes [2], mas não há nenhum conselho de bordo. Não há equipes legais despachadas para cenas de conflito interestelar. Quando os personagens se encontram em situações comprometedoras, eles nunca perguntam se podem falar com um advogado.

Isso, por um lado, é completamente insano. Afinal, os planetas que não pertencem à Federação têm todos os tipos de normas legais, desde “culpado até que se prove inocente” até “pena de morte automática para quem acidentalmente pisa num canteiro dentro da Zona de Punição invisível”. Dados os muitos perigos previsíveis desta abordagem, você pensaria que cada nave teria alguns pesquisadores legais altamente treinados a bordo, prontos para lidar com estas situações horríveis. Mas não. Está implícito que a Federação tem advogados em algum lugar, e há até mesmo uma noção vaga de que eles são importantes para o funcionamento eficaz do sistema judicial. Em um episódio, aprendemos que durante um período da história da Terra conhecido como “o Horror Pós-Atômico” (que está agendado para ocorrer – estejam prontos, rapazes – em meados do século 21), todos os advogados do mundo foram sistematicamente assassinados. Isto é caracterizado como tendo sido um desenvolvimento indesejável para a humanidade, de modo que podemos inferir que a profissão de advogado foi posteriormente restabelecida. Mas sempre que há uma audiência legal de qualquer tipo, o pessoal da Starfleet ou A) representa a si próprio, ou B) é representado por um oficial de ponte aleatório que é delegado para agir como advogado.

Agora você pode dizer, por um lado, que não devemos dar muita atenção a isso. Talvez escrever um advogado aleatório em um enredo só daria em mais um ator desordenando o set, desperdiçando o orçamento do episódio semanal com falas dispensáveis. Mas a ausência completa de advogados através de múltiplas temporadas de Star Trek, cada uma sob direção criativa diferente, cada uma com seus próprios episódios autônomos centrados em leis, é pelo menos um pouco estranha. Então existe alguma outra razão pela qual a Federação não precisa de advogados?


Uma das premissas centrais do universo de Star Trek, que se passa alguns séculos no futuro, é que a humanidade evoluiu – não dramaticamente a ponto de se tornar irreconhecível, mas ainda assim significativamente. Depois de um período de calamidades de massa na Terra, caracterizado por guerra nuclear, genocídio e fome, o restante da população global da Terra finalmente chega à mesa de negociações, por assim dizer. Um governo mundial é estabelecido. Sociedades são reconstruídas. O dinheiro é abolido. Todas as necessidades humanas básicas são supridas. As pessoas entram em profissões, aprendem ofícios e prestam serviços porque acham essas atividades satisfatórias, não por necessidade econômica. [3] O crime é quase inexistente; com a eliminação das carências materiais, o ímpeto para a maioria dos tipos de crime também é eliminado, e está implícito que as disposições psicológicas para a violência são de alguma forma detectadas e reabilitadas em seus estágios iniciais. O estabelecimento de um regime igualitário de distribuição de recursos e a descoberta de civilizações alienígenas em outros planetas parecem ter unido a espécie humana e corroído as distinções sociais. Embora haja ainda bolsões de corrupção institucional, e embora os seres humanos ainda cedam às vezes aos seus impulsos mais baixos, as pessoas são em grande parte motivadas pela boa vontade. Os oficiais da federação em particular têm uma reputação de honestidade muito difundida, que outras civilizações, estranhamente, na maior parte parecem aceitar por completo.

Estas características parecem permear o sistema legal da Federação. Nos episódios da sala de audiências, nunca há momentos de “te-peguei” em que alguém vence com base em tecnicidades ou em que se tropeça em uma formulação legal arcana. Defender um argumento de senso-comum, ou um solilóquio sobre princípios gerais de justiça, é normalmente o suficiente para conquistar um árbitro. A implicação parece ser a de que em um mundo em que os pesquisadores sejam honestos e onde as partes possam fazer reivindicações mais ou menos sensatas em suas próprias defesas, o sistema pode ser equitativo e ad hoc [4]. É o sonho definitivo do acesso à justiça onde – até melhor do que um advogado para cada cliente – a lei é tão razoável e os juízes tão justos que cada pessoa possa representar a si mesma no tribunal com total confiança, ou, no máximo, trazer um amigo moderadamente inteligente para ajudá-lo a apresentar o seu caso. Além disso, ao interagir com outros sistemas jurídicos, a forte presunção de integridade por parte dos atores da Federação ajuda muitas vezes o processo legal.

Tudo isso pode parecer bom demais para ser verdade – mas será que poderia realmente ser possível? Será que a humanidade poderia algum dia, teoricamente, se as inseguranças materiais básicas fossem resolvidas, alcançar um estado geral de compaixão e razoabilidade um para com o outro? Será que os advogados, atualmente um mal hediondo mas necessário, poderiam eventualmente serem tornados obsoletos por atitudes sociais mais humanas? Deus, isso seria incrível, não seria?

É claro, a teoria de “natureza humana” oposta diz que nosso impulso para o egoísmo e a crueldade estão tão profundamente enraizados, espiritualmente ou biologicamente, que nunca poderemos esperar eliminá-lo; que, no máximo, poderíamos atenuá-lo, mas que isso nunca será uma conquista durável entre culturas ou entre gerações. Esta teoria é bastante popular [5], mas não temos idéia se é verdade. Certamente parece ser o modo padrão da humanidade, se não fizermos nenhuma tentativa de auto-aperfeiçoamento. Mas nossa espécie não tem estado por aí por um período terrivelmente longo, no grande esquema das coisas, e se formos honestos com nós mesmos, a maioria de nós não tem feito exatamente o seu máximo para melhorar o mundo em que vivemos. Como G.K. Chesterton escreveu uma vez sobre o cristianismo: “O cristianismo não foi tentado e considerado insuficiente; foi considerado difícil e não tentado”. O mesmo poderia ser dito facilmente para a maioria dos esquemas de organização social que requerem algum tipo de esforço moral ou renúncia material voluntária. [6]

Infelizmente, utopias estão atualmente fora de moda, como a tediosa proliferação de ficção distópica e filmes de desastre parece indicar. Nenhum gênero está seguro. Game of Thrones é o reboot distópico d’O Senhor dos Anéis; House of Cards é o reboot distópico de The West Wing; Black Mirror é o reboot distópico de The Twilight Zone. Os quadros de posters de cada cinema se tornaram uma efusão indistinguível em tons de sépia de zumbis, terroristas e paisagens infernais pós-apocalípticas. Mesmo filmes de super-heróis supostamente leves dedicarão pelo menos 3,5 horas de seu tempo à destruição generosamente renderizada de grandes metrópoles.

Há claramente um apelo profundo nesses tipos de filmes; e, de fato, precisaria de um coração de fibra moral desumana para realmente lamentar o desaparecimento repentino da cidade de Nova York, cuja existência não serve nenhum propósito benéfico para a humanidade que eu esteja ciente [ironia, por favor]. Mas o meu sentimento geral é que a nossa afeição por narrativas distópicas é uma indulgência muito sórdida, especialmente para aqueles de nós que vivem vidas mais confortáveis, longe das realidades viscerais do sofrimento humano. Assistir a cenas de destruição a partir da cadeira de pelúcia de um cinema, ou talvez em nossa pequena tela de laptop, enquanto enrolado na cama, aumenta a nossa própria sensação imediata de segurança. Ela nos entorpece para a realidade triturante, intermitente, inescapável da violência em partes negligenciadas do nosso mundo, que desfaz gerações inteiras de seres humanos com terror e pavor.


Nos imergir em narrativas onde 99% dos personagens são totalmente egoístas também impregna com um tipo de falso-cinismo muito popular atualmente, que se sente mundano, mas que de fato é simplesmente preguiçoso. Digo falso-cinismo porque não acredito que a maioria das pessoas que professam serem pessimistas acredite verdadeiramente que a humanidade está condenada, pelo menos não em seus tempos de vida, ou em seus arredores geográficos específicos: se fosse o caso, então assistir a um filme que apresenta a aniquilação prolongada de uma paisagem estadunidense familiar provavelmente faria com que eles sujassem suas calças. Mas dizer a si mesmo que tudo é horrível, e que nada pode ser corrigido, é uma maneira maravilhosamente conveniente para absolver-se de responsabilidade pessoal. Não há, felizmente, nada sobre uma visão de mundo apocalíptica que nos obrigue a renunciar a qualquer conforto e conveniências que tenhamos acumulado como conseqüência da injustiça global; e, ainda por cima, você começa a se sentir superior a todos aqueles tolos fofos que ainda acreditam que um mundo mais gentil é possível! É uma forma muito satisfatória de escapismo moral. Não surpreende que nossos criadores de tendências no ambiente corporativo venham despejando esse material.

E não há dúvida de que muitas vezes é difícil fazer utopias parecerem dramaticamente sofisticadas. Star Trek é célebre, mesmo por aqueles que amam o programa, pela sua teatralidade exagerada. Contos morais em geral são por vezes demais açucarados e insubstanciais. Eles são adequados para crianças, ou talvez para adultos emocionalmente-atrofiados, mas não são algo a ser levado a sério. Chegamos ao ponto de ver narrativas utópicas como inerentemente piegas, pregações enfadonhas. Mas distopias são, é claro, uma forma própria de pregação; elas estão pregando outra hipótese sobre a humanidade, que, graças a iluminação taciturna e diálogo oblíquo, tem uma aparência inteiramente imerecida de profundidade e a clarividência ilusória de uma profecia auto-realizável.

Dois Apelos Pelo Futuro da Humanidade

Mas não queremos todos um mundo sem advogados? Não é, no mínimo, algo sobre o que nossa espécie inteira pode concordar? Star Trek nos diz que há dois obstáculos entre nós e este grande objetivo: justiça econômica global e tecnologia de velocidade de dobra. Estes podem levar vários séculos mais para alcançarmos. Mas aqui estão duas coisas em que podemos começar a trabalhar agora.

  1. Tornar Utopias populares novamente.

Narrativas ficcionais são um fator enorme moldando nossas expectativas do que é possível. No entanto, como discutido anteriormente, as utopias são difíceis de escrever. Você tem que abrir mão de um monte de truques baratos que os escritores usam para gerar carga dramática. Afinal de contas, é sempre fácil criar tensão quando todos seus personagens são bastardos  egoístas e traidores; não se pode dizer o mesmo quando seus personagens se dão bem. (é célebre que os roteiristas de Star Trek: TNG arrancavam seus cabelos com a insistência do criador Gene Roddenberry de que todo o elenco principal tinha que ser amigos.) Construir enredos que se baseiam principalmente em torno da solução de problemas exige um planejamento intrincado. Mas nós temos visto mil iterações narrativas de colapso da sociedade: por que não escrever algumas narrativas sobre construção societal? Como se pareceria um mundo melhor, em diferentes estágios de sua realização – na sua concepção? Resistindo a crises internas precoces? Enfrentando uma ameaça existencial? Devemos colocar mais imaginação em pensar sobre o que isso poderia parecer, e como gerar investimento emocional no resultado.

A ficção aspirante parece especialmente importante neste momento em nossa história nacional, quando um número significativo de estadunidenses lançou uma cédula para um candidato de quem eles não gostavam, ou por quem se sentiam até mesmo perturbados, simplesmente porque queriam algo diferente. Sempre houve uma loucura de jogatina no espírito humano, uma espécie de coceira perversa e instintiva que, de repente, nos torna dispostos a cortejar o desastre, simplesmente pela possibilidade de alterar os parâmetros mundanos ou miseráveis de nossas vidas diárias. Se pudéssemos transformar uma parte dessa loucura em uma loucura de otimismo e criatividade, em vez de tédio, raiva e desespero, isso só poderia ser uma coisa boa.

  1. Não deixar os imbecis vencer a corrida espacial.

Você sabe quem está realmente animado sobre exploração interplanetária nos dias de hoje? Magnatas do Vale do Silício e supremacistas brancos. Elon Musk quer criar uma arrepiante colônia privada em Marte para sobreviventes ultra-ricos que possam desembolsar $ 200.000 pelo seu lugar, e tem declarado sua própria intenção de morrer em Marte. Enquanto isso, uma nova safra de racistas está convencida de que se os EUA apenas desistissem de tentar fornecer serviços sociais e educação aos seus cidadãos, gênios brancos-puros poderiam facilmente conquistar a galáxia neste exato momento. Como Richard Spencer (famoso pelo “Heil Trump” [e pelo video onde recebe um soco, que gerou todo o debate e o meme do “punch a nazi“]) coloca:

“É nosso destino Faustiano explorar o universo exterior. É para Isso que fomos colocados nesta Terra. Nós não fomos colocados nesta Terra para sermos agradáveis para minorias, ou para sermos uma nação de diversão multicultural. Por que não estamos explorando Júpiter neste momento? Por que estamos tentando equalizar os resultados dos testes de negros e brancos? Penso que nosso destino está nas estrelas. Por que não estamos buscando as estrelas?”

Esses escrotos estão buscando as estrelas! O resto de nós, portanto, precisa garantir que eles não cheguem primeiro. Se tipos como Elon Musk e Richard Spencer forem os embaixadores da humanidade, nossa entrada no espaço exterior será simplesmente uma recapitulação de alta tecnologia de todos os horrores morais de nossa última Era de Exploração. Felizmente, tenho certeza de que Richard Spencer não é astrofísico e que as nave espaciais de Elon Musk continuam explodindo na plataforma de lançamento. Agora é nossa chance de frustrá-los!

Exploração espacial não tem de ser um último esforço para salvar a espécie depois de estragarmos tudo na Terra; nem deveria ser um projeto alternativo à construção de uma sociedade global igualitária. Ainda temos tempo para fazer um mundo melhor aqui, no planeta que temos, antes de nos infligirmos em outras partes do universo. A viagem espacial pode muito bem ter um efeito de melhora na humanidade, mas também devemos garantir que melhoremos a nós mesmos antes de nos dirigirmos para o além interestelar. Somente então teremos o privilégio de “ir corajosamente” [7].

Starfleet ou nada! [8]

Tradução: Everton Lourenço


Notas

[1] No original, “libertarians”, “libertários” de direita. Para uma discussão sobre o uso do termo, ver Uma Filosofia Para o Proprietariado, de Rob Hunter. [N.M.]

[2] No original, ‘JAGs’ [N.M.]

[3] Este é o futuro ‘comunista’, pós-escassez, descrito por Peter Frase no artigo Quatro Futuros , e em seu livro ‘Four Futures: Life After Capitalism’ [‘Quatro Futuros: Vida Após o Capitalismo’]. A introdução do livro está disponível em Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia e o capítulo sobre o futuro comunista, em Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância. [N.M.]

[4] Ou seja, funcionando caso a caso. [N.M.]

[5] Dois bons textos nessa discussão: O Socialismo Soa Bem na Teoria, Mas a Natureza Humana Não o Torna Impossível de Se Realizar?, de Adaner Usmani e Bhaskar Sunkara; e O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas?, de Terry Eagleton. [N.M.]

[6] Nesse sentido vale a pena retomar o texto O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas?, de Terry Eagleton, que mostra como tais exigências podem ser incentivadas e incrustadas nas próprias instituições, não dependendo necessariamente da boa vontade e esforço individual. [N.M.]

[7] No original, “boldly go”, um slogan famoso de Star Trek. [N.M.]

[8] No original, “Starfleet or bust”. [N.M.]


Leituras Relacionadas

  • Quatro Futuros – “Uma coisa de que podemos ter certeza é que o Capitalismo vai acabar; a questão, então, é o que virá depois.
  • Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia“Muito se tem falado sobre os impactos da Crise Climática e de novas tecnologias de Automação de postos de trabalho para o nosso futuro em comum. Como as relações de propriedade e produção capitalistas e a Política, especificamente a Luta de Classes, se encaixam neste quadro? Será que a possibilidade de automação quase generalizada seria o bastante para garantir que ela ocorrerá? Qual seria o impacto dela sobre as condições de vida das pessoas? Com base nesses elementos, que tipo de cenários podemos esperar à partir do fim do Capitalismo?”
  • Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância – “Um mundo em que a tecnologia tenha superado ou reduzido a um mínimo (e de forma sustentável) a necessidade de trabalho humano; em que esse potencial seja compartilhado com todos, eliminando a exploração e a alienação das relações de trabalho assalariado; onde as hierarquias derivadas do Capital tenham sido suplantadas por um modelo mais igualitário, agora capaz não só de sanar as necessidades de todos, mas de permitir o livre desenvolvimento de cada um, parece para muitos como um sonho de utopia inalcançável e ingênuo, onde não existiriam quaisquer conflitos ou hierarquias. Será mesmo?”
  • Lingirie Egípcia e o Futuro Robô – O pânico sobre automação erra o alvo – o verdadeiro problema é que os próprios trabalhadores são tratados feito máquinas.”
  • Inovação Vermelha – “Longe de sufocar a inovação, uma sociedade Socialista colocaria o progresso tecnológico a serviço das pessoas comuns.”
  • A Revolução Cybersyn – “Cinco lições de um projeto de computação socialista no Chile de Salvador Allende.
  • Bill Gates, Socialista?“Bill Gates está certo: o setor privado está sufocando a inovação em energias limpas. Mas esse não é o único lugar em que o Capitalismo está nos limitando.
  • Contando Com os Bilionários – “Filantropo-capitalistas como George Soros querem que acreditemos que eles podem remediar a miséria econômica que eles mesmos criam.
  • A Sociedade do Smartphone – “Assim como o automóvel definiu o Século XX, o Smartphone está reformulando como nós vivemos e trabalhamos hoje em dia.
  • Todo Poder aos “Espaços de Fazedores” – “A impressão 3-D em sua forma atual pode ser um retorno às obrigações enfadonhas do movimento “pequeno é belo”, mas tem o potencial para fazer muito mais.
  • Precisamos Dominá-la – “Nosso desafio é ver na tecnologia tanto os atuais instrumentos de controle dos empregadores quanto as precondições para uma sociedade pós-escassez.
  • Tecnologia e Estratégia Socialista – Com poderosos movimentos de classe em sua retaguarda, a tecnologia pode prometer a emancipação do trabalho, ao invés de mais miséria.
  • Robôs e Inteligência Artificial: Utopia ou Distopia?“Diz muito sobre o momento atual que enquanto encaramos um futuro que pode se assemelhar ou com uma distopia hiper-capitalista ou com um paraíso socialista, a segunda opção não seja nem mencionada.”
  • Robôs, Crescimento e Desigualdade Mesmo uma instituição como o FMIvem notando as tendências que a automação de empregos devem gerar nas próximas décadas, incluindo um crescimento vertiginoso da desigualdade social, e a necessidade de compartilhar a abundância prometida por essas inovações.
  • O Socialismo Vai Ser Chato? – “O Socialismo não é sobre induzir uma branda mediocridade. É sobre libertar o potencial criativo de todos.
  • O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas?“O Comunismo é apenas um sonho de ingenuidade, utopia e perfeição? Ele ignora a maldade e o egoísmo que estariam na essência da natureza humana? Um tal sistema precisaria que todos pensassem e agissem de uma única maneira, só poderia funcionar com pessoas perfeitas e harmoniosas como peças de relógio, nunca com os seres humanos diversos e falhos que realmente existem?”
  • O Socialismo Soa Bem na Teoria, Mas a Natureza Humana Não o Torna Impossível de Se Realizar? – “Nossa natureza compartilhada na verdade nos ajuda a construir e definir os valores de uma sociedade mais justa.”
  • Os Socialistas Querem Tornar Todos Iguais? Querem Acabar Com a Nossa Individualidade?
  • A Gente Trabalha Demais, Mas Não Precisa Ser Assim – “Entre os séculos XIX e XX os trabalhadores conquistaram o dia de trabalho de 10 horas e então o de 8 horas, mas depois da Grande Depressão a tendência parou. Do que precisaríamos para recuperar nosso tempo livre?”
  • Políticas Para Se ‘Arranjar Uma Vida’ – “O trabalho em uma sociedade capitalista é um fenômeno conflituoso e contraditório. Uma política para a classe trabalhadora tem de ser contra o trabalho, apelando para o prazer e o desejo, ao invés de sacrifício e auto-negação.
  • Rumo a um Socialismo Ciborgue “A Esquerda precisa de mais vozes e de críticas mais afiadas que coloquem nossa análise do poder e de justiça no centro das discussões ambientais, onde elas devem estar.”
  • Vivo Sob o Sol“Não há caminho rumo a um futuro sustentável sem lidar com as velhas pedras no caminho do ambientalismo: consumo e empregos. E a maneira de fazer isso é através de uma Renda Básica Universal. “
  • O Mito do Antropoceno – Culpar toda a Humanidade pela mudança climática deixa o Capitalismo sair ileso.
  • Um Mundo Socialista Não Significaria Só Uma Crise Ambiental Maior Ainda? – “Sob o Socialismo, nós tomaríamos decisões sobre o uso de recursos democraticamente, levando em consideração necessidades e valores humanos, ao invés da maximização dos lucros.
  • Obsolescência Planejada: Armadilha Silenciosa na Sociedade de ConsumoO crescimento pelo crescimento é irracional. Precisamos descolonizar nossos pensamentos construídos com base nessa irracionalidade para abrirmos a mente e sairmos do torpor que nos impede de agir
  • Socialismo, Mercado, Planejamento e Democracia – “O socialismo promete a emancipação humana, com o alargamento da democracia e da racionalidade para a produção e distribuição de bens e serviços e o uso da tecnologia acumulada pela humanidade para a redução a um mínimo do trabalho necessário por cada pessoa, liberando seu tempo para o seu livre desenvolvimento. Como organizar uma economia socialista para realizar essas promessas?”
  • Votando Sob o Socialismo Vai ser mais significativo – mas esperamos que não envolva assembleias sem-fim.
  • Como Vai Acabar o Capitalismo?“O epílogo de um sistema em desmantêlo crônico: A legitimidade da ‘democracia’ capitalista se baseava na premissa de que os Estados eram capazes de intervir nos mercados e corrigir seus resultados, em favor dos cidadãos; hoje, as dúvidas sobre a compatibilidade entre uma economia capitalista e um sistema democrático voltaram com força total.”
  • Socialismo, Transformando “Miséria Histérica” em “Tristeza Qualquer”“A Esquerda quer dar às pessoas a chance de fazer algo mais com suas vidas, lhes dando tempo e espaço longe do mercado.”
  • O Marxismo Está Ultrapassado? Ele Só Tinha Algo a Dizer Sobre a Inglaterra do Século XIX, e Olhe Lá?
  • O Socialismo Não Termina Sempre em Ditadura? – O Socialismo é muitas vezes misturado com autoritarismo. Mas historicamente, Socialistas tem estado entre os defensores mais convictos da Democracia.
  • O Marxismo é Uma Ideologia Assassina, Que Só Pode Gerar Miséria? – “O Marxismo é uma ideologia sanguinária e assassina, que só pode gerar miséria compartilhada? Socialismo significa falta de liberdade e uma economia falida?”
  • Estranho, com Orgulho – “Você se sente perdido? Talvez isso seja por que você se recusa a sucumbir à competição, inveja e medo que o neoliberalismo desperta.
  • Uma Criança que Morre de Fome Hoje é Assassinada“Relator da ONU para o direito à alimentação entre 2000 e 2008, Jean Ziegler procura explicar por que ainda existe fome se a produção agrícola mundial é suficiente para alimentar toda a população e faz contundentes críticas à especulação nas bolsas de commodities e às multinacionais”

3 pensamentos sobre “O Lamentável Declínio das Utopias Espaciais

  1. Se vocês querem apoiar as utopias espaciais, então apoiem os meus livros: Adução, o Dossiê Alienígena (TLB, SP: 2015) e Abdução, Relatório da Terceira Órbita (TLB, SP: 2018). É um livro que, sem dúvida, descreve cenários utópicos incluindo alguns pontos abordados nesse (brilhante) texto, tais como a questão jurídica e econômica e as relações sociais em um universo pós-trabalho. Tão utópico que só poderia ser maquiado em uma ficção de cunho alienígena.
    Fica a dica.

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  2. Mas a construção da utopia da federação unida de planetas só ocorreu após uma era de horrores autoinfligidos e a sorte de ter o contato com outras civilizações, como os vulcanos, que orientaram o aprimoramento da humanidade.

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  3. Pingback: Cálculo econômico fora de uma economia de mercado – Tudo que der na telha

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