Os Robôs Vão Tomar Seu Emprego?

“Com a automação causando ou não uma devastação nos empregos, o futuro do trabalho sob o capitalismo parece cada vez mais sombrio. Precisamos agora olhar para horizontes pós-trabalho.”

por Nick Srnicek & Alex Williams, Revista Roar, Junho de 2016

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Imagem: Mirko Rastic | Roar Magazine

[Nota do Minhocário: Este texto trata dos prováveis efeitos num sentido mais de curto/médio prazo, sob o Capitalismo, sem considerar efeitos de outras medidas que podem acabar sendo conquistadas e mudando o cenário, como a possibilidade de uma Renda Básica Universal. No blog há vários outros textos tratando de outros aspectos, cenários e possibilidades, incluindo análises de tendências mais à longo prazo, mesmo para além do Capitalismo. Ver artigos como ‘A Gente Trabalha Demais Mas Não Precisa Ser Assim’ e ‘Políticas Para Se Arranjar Uma Vida’, de Peter Frase;  ‘Como Vai Acabar o Capitalismo?‘, de Wolfgang Streeck; ‘Quatro Futuros‘, ‘Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia‘, ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância‘, ‘Lingerie Egípcia e o Futuro Robô‘ e ‘Precisamo Dominá-la‘, de Peter Frase; ‘Robôs e Inteligência Artificial: Utopia ou Distopia?‘, de Michael Roberts; ‘Vivo Sob o Sol‘, de Alyssa Battistoni; ]


Nos últimos meses, uma série de estudos têm alertado sobre um iminente apocalipse do emprego. O mais famoso destes – um estudo de Oxford [1] – sugere que até 47 por cento dos postos de trabalho dos EUA estão em alto risco de automação nas próximas duas décadas. Sua metodologia – avaliando prováveis desenvolvimentos tecnológicos e os correspondendo com as tarefas normalmente executadas em empregos – tem sido replicada desde então para vários outros países. Um estudo [2] concluiu que 54 por cento dos postos de trabalho da UE são provavelmente automatizáveis, enquanto o economista-chefe do Banco da Inglaterra argumentou [3] que 45 por cento dos empregos no Reino Unido estão igualmente sob ameaça.

Este também não é simplesmente um problema de países ricos: economias de baixa renda parecem estar a caminho de serem atingidas com ainda mais força pela automação. Como empregos de rotina, baixa qualificação e baixos salários foram terceirizados de países capitalistas ricos para economias mais pobres, [4] esses empregos também são altamente suscetíveis à automação. Uma pesquisa do Citi [5] sugere que, para a Índia, 69% dos empregos estão em risco, para a China 77% e para a Etiópia, 85% dos empregos atuais. Parece que estamos à beira de uma extinção em massa de empregos.

Nada de Novo?

Para muitos economistas, no entanto, não há nada para se preocupar. Se olharmos para a história da tecnologia e do mercado de trabalho, experiências passadas sugeririam que a automação nunca causou desemprego em massa. A automação sempre mudou o mercado de trabalho. De fato, uma das principais características do modo de produção capitalista tem sido revolucionar os meios de produção – para realmente subsumir o processo de trabalho e reorganizá-lo de maneiras que gerem valor mais eficientemente. A mecanização da agricultura é um exemplo precoce, como é o uso do descaroçador de algodão e o tear hidráulico. Com o fordismo, a linha de montagem transformou trabalhos de fabricação complexos em uma série de tarefas simples e eficientes. E com a era da produção enxuta, tivemos a gestão computadorizada de longas cadeias de mercadorias, transformando o processo de produção num sistema cada vez mais pesadamente automatizado.

Em todos os casos, não vimos o desemprego em massa. Em vez disso, vimos alguns empregos desaparecer, enquanto outros foram criados para substituir não só os postos de trabalho perdidos, mas também os novos empregos necessários para uma população crescente. As únicas vezes em que vemos desemprego em massa tendem a ser o resultado de fatores cíclicos, como na Grande Depressão, ao invés de alguma tendência secular para um maior desemprego resultante da automação. Com base nessas considerações, a maioria dos economistas acredita que o futuro do trabalho provavelmente será o mesmo do passado: alguns empregos desaparecerão, mas outros serão criados para substituí-los.

Numa típica maneira de economista, porém, estes pensamentos negligenciam o contexto social mais amplo dos períodos históricos anteriores. O capitalismo pode não ter visto uma explosão maciça no desemprego, mas este não é um resultado necessário. Em vez disso, isso dependeu de circunstâncias únicas de momentos anteriores – circunstâncias que estão faltando hoje. Nos primeiros períodos de automação, houve um grande esforço do movimento trabalhista para reduzir a semana de trabalho. Foi um projeto bem sucedido que reduziu a semana de cerca de 60 horas na virada do século, até 40 horas durante a década de 1930, e por muito pouco, quase até mesmo 30 horas. Neste contexto, não foi nenhuma surpresa que Keynes tenha, de forma célebre, extrapolado a tendência para um futuro onde todos nós trabalharíamos 15 horas. [6] Ele estava simplesmente olhando para o movimento trabalhista existente. Com trabalho por pessoa reduzido, porém, isso significava que o trabalho restante seria espalhado mais uniformemente. O impacto da tecnologia naquela época foi, portanto, fortemente silenciado por uma redução de 33% na quantidade de trabalho por pessoa.

Hoje, em contrapartida, não temos um movimento desses pressionando por uma semana de trabalho reduzida, e os efeitos da automação serão [7] provavelmente muito mais graves. Há questões semelhantes no contexto da era do pós-guerra. [8] Com a maioria das economias ocidentais deixadas em ruínas e apoio massivo estadunidense para a revitalização dessas economias, a era pós-guerra viu níveis incrivelmente altos de crescimento econômico. Com a adição de políticas de pleno emprego, este período também viu níveis incrivelmente elevados de crescimento do emprego e um pacto entre sindicatos e o capital para manter uma quantidade suficiente de bons empregos. Isto levou a um crescimento salarial saudável e, subsequentemente, a um crescimento saudável da demanda agregada para estimular a economia e manter empregos sendo gerados. Além disso, este foi um período em que quase 50 por cento da mão-de-obra potencial estava presa ao lar.

Sob estas circunstâncias únicas, não é de se admirar que o capitalismo tenha sido capaz de criar empregos suficientes mesmo conforme a automação continuava a transformar o processo de trabalho. Hoje, temos um crescimento econômico lento, nenhum compromisso com o pleno emprego (mesmo que tenhamos compromissos com políticas de “bem-estar” bem severas), o crescimento salarial estagnado e um grande afluxo de mulheres na força de trabalho.

Da mesma forma, os tipos de tecnologia que estão sendo desenvolvidos e potencialmente introduzidos no processo de trabalho são significativamente diferentes de tecnologias anteriores. Enquanto ondas de automação anteriores afetaram o que os economistas chamam de “trabalho de rotina” (trabalho que pode ser definido em uma série de etapas explícitas), a tecnologia de hoje está começando a afetar o trabalho não-rotineiro. A diferença é entre um trabalho de fábrica em uma linha de montagem e dirigir um carro na atmosfera caótica do ambiente urbano moderno. Pesquisas de economistas como David Autor [9] e Maarten Goos [10] mostram que o declínio dos empregos de rotina nos últimos 40 anos tem desempenhado um papel significativo na crescente polarização do emprego e na crescente desigualdade.

Embora esses empregos tenham desaparecido, e seja altamente improvável que voltem, a próxima onda de automação afetará a esfera restante do trabalho humano. Uma gama completa de empregos de baixos salários agora são potencialmente automatizáveis, envolvendo tanto trabalho físico como mental.

Dado que é bastante provável que novas tecnologias tenham um impacto maior no mercado de trabalho do que as ondas anteriores de mudança tecnológica, o que é provável que aconteça? Os robôs vão tomar seu emprego? Enquanto um lado do debate adverte sobre o iminente apocalipse e o outro boceja sobre repetição histórica, ambos tendem a negligenciar a economia política da automação [11] – particularmente o papel do trabalho organizado. Simplificando, se o movimento trabalhista estiver forte, é provável que vejamos mais automação [12]; se o movimento trabalhista estiver fraco, provavelmente veremos menos automação.

Trabalhadores Contra-Atacam

No primeiro cenário, um movimento trabalhista forte é capaz de pressionar por salários mais e mais altos (particularmente em relação ao crescimento globalmente estagnado da produtividade). Mas o aumento do custo do trabalho significa que as máquinas se tornam relativamente baratos em comparação. Já podemos ver isso na China, onde os salários reais têm aumentado há mais de 10 anos, tornando assim o trabalho chinês cada vez menos barato. O resultado é que a China se tornou o maior investidor do mundo em robôs industriais, e várias empresas – a mais famosa Foxconn [13] – declararam suas intenções de avançar para fábricas cada vez mais automatizadas.

Este é o arquétipo de um mundo altamente automatizado, mas para ser alcançável sob o capitalismo, exige que o poder do trabalho organizado seja forte, dado que os custos relativos do trabalho e das máquinas são determinantes-chave para o investimento. O que acontece então sob estas circunstâncias? Temos desemprego em massa, pois os robôs tomam todos os empregos? A resposta simples é não. Ao invés da dizimação em massa de empregos, a maioria dos trabalhadores que têm seus empregos automatizados acabam se mudando para novos setores.

Nas economias capitalistas avançadas isso tem acontecido nos últimos 40 anos, à medida que os trabalhadores passam de empregos de rotina para empregos não-rotineiros. Como vimos anteriormente, a próxima onda de automação será diferente e, portanto, seus efeitos no mercado de trabalho também serão diferentes. Alguns setores de trabalho são susceptíveis a levar golpes fortes neste cenário. Empregos no varejo e transporte, por exemplo, provavelmente serão fortemente afetados. No Reino Unido, existem atualmente 3 milhões de trabalhadores no varejo, mas estimativas do British Retail Consortium sugerem que isso pode diminuir em um milhão na próxima década. Nos Estados Unidos, há 3,4 milhões de caixas – e quase todos  esses empregos podem ser automatizados. O setor de transporte é similarmente grande, com 3,7 milhões de motoristas de caminhão nos EUA, a maioria dos quais poderia ser automatizada de forma incremental à medida que caminhões auto-dirigidos tornam-se viáveis em estradas públicas. É provável que um grande número de trabalhadores em tais setores seja afastado de seus empregos se a automação de massa ocorrer.

Para onde irão? A história que o Vale do Silício gosta de nos contar é que todos nós nos tornaremos programadores e desenvolvedores de software freelance e que todos nós devemos aprender a codificar para ter sucesso em sua futura utopia. Infelizmente, eles parecem ter acreditado em seu próprio hype e esquecido dos fatos. Nos EUA, 1.8% de todos os trabalhos requerem o conhecimento da programação. Isso se compara ao setor agrícola, que gera cerca de 1,5% de todos os empregos estadunidenses e ao setor de manufatura, que emprega 8,1% dos trabalhadores neste país desindustrializado. Talvez o setor de programação vai crescer? Os fatos aqui são pouco melhores. O Bureau of Labor Statistics (BLS) projeta [14] que em 2024 empregos envolvendo programação será responsável por um minúsculo 2,2% dos postos de trabalho disponíveis. Se olharmos para o setor de TI como um todo, de acordo com o Citi, espera-se que ocupe menos de 3 por cento de todos os empregos.

E as pessoas necessárias para cuidar dos robôs? Será que vamos ver um aumento maciço de empregos aqui? Atualmente, técnicos e engenheiros de robôs ocupam menos de 0,1% do mercado de trabalho – até 2024, isso diminuirá ainda mais. Não veremos um grande aumento nos empregos de cuidados com robôs ou envolvendo codificação, apesar dos melhores esforços do Vale do Silício para refazer o mundo à sua imagem.

Isso continua uma longa tendência de novas indústrias que são muito ruins em criar empregos. Nós todos sabemos sobre quão poucos funcionários trabalhavam no Instagram e no WhatsApp quando foram vendidos por bilhões para o Facebook. Mas os baixos níveis de emprego são um problema sectorial generalizado. Uma pesquisa de Oxford [15] descobriu que nos EUA, apenas 0,5% da força de trabalho se mudou para novas indústrias (como sites de streaming, web design e e-commerce) durante a década de 2000. O futuro do trabalho não se parece com um monte de programadores ou YouTubers.

De fato, os setores de trabalho de crescimento mais rápido não são para empregos que exigem altos níveis de educação. A crença de que todos nos tornaremos trabalhadores altamente qualificados e bem pagos é a mistificação ideológica em seu estado mais puro. O setor de trabalho de crescimento mais rápido, de longe, é o setor de saúde. Nos EUA, o BLS estima que este setor criará 3,8 milhões de novos empregos entre 2014 e 2024. Isso aumentará sua participação no emprego de 12% para 13,6%, fazendo dele o maior setor empregador do país. Os postos de trabalho de “apoio à saúde” e “clínico geral” por si só contribuirão com 2,3 milhões de empregos – ou 25% de todos os novos empregos que se espera serem criados.

Há duas razões principais para explicar por que esse setor será tamanho imã para os trabalhadores forçados a sair de outros setores. Em primeiro lugar, as características demográficas de economias de alta renda apontam para uma população idosa de crescimento significativo. Menos nascimentos e vidas mais longas (geralmente com condições crônicas em vez de doenças infecciosas) colocarão mais e mais pressão sobre as nossas sociedades para cuidar dos idosos, e forçar]ao mais e mais pessoas para o trabalho de cuidados. No entanto, este sector não é simpático à automação [16]; é um dos últimos bastiões de habilidades centradas no ser humano, como a criatividade, o conhecimento do contexto social e a flexibilidade. Isso significa que a demanda por mão-de-obra não deverá diminuir neste setor, pois a produtividade permanece baixa, as habilidades permanecem centradas no ser humano e a demografia o faz crescer.

No final, sob o cenário de um movimento trabalhista forte, é provável que os salários aumentem, o que fará com que a automação avance rapidamente em certos setores, enquanto os trabalhadores são obrigados a lutar por empregos em um setor de saúde com baixos salários. O resultado é a contínua eliminação de empregos de salários médios e a crescente polarização do mercado de trabalho, à medida que mais e mais são forçados para os setores de baixos salários. Além do mais, uma geração altamente instruída a quem foram prometidos empregos seguros e bem remunerados será forçada a encontrar empregos menos qualificados, pressionando os salários para baixo – gerando um “exército reserva de empregados”, como Robert Brenner coloca.

Trabalhadores Recuam

Mas o que acontece se o movimento trabalhista permanecer fraco? Aqui temos um futuro do trabalho totalmente diferente esperando por nós. Neste caso, acabamos com salários estagnados, e os trabalhadores permanecem relativamente baratos em comparação com o investimento em novos equipamentos. As conseqüências disso são baixos níveis de investimento das empresas e, posteriormente, baixos níveis de crescimento da produtividade. Na ausência de qualquer razão econômica para investir em automação, as empresas não conseguem aumentar a produtividade do processo de trabalho. Talvez inesperadamente, neste cenário, devemos esperar altos níveis de emprego, já que as empresas procuram maximizar o uso de mão-de-obra barata em vez de investir em novas tecnologias.

Este é mais do que um cenário hipotético, já que descreve com bastante precisão a situação no Reino Unido hoje [17]. Desde a crise de 2008, os salários reais têm estagnado ou mesmo caído. Os ganhos semanais médios reais começaram a subir desde 2014, mas mesmo depois de oito anos eles ainda não voltaram aos níveis anteriores à crise. Isso tem significado que as empresas têm tido incentivos para contratar trabalhadores baratos ao invés de investir em máquinas – e os baixos níveis de investimento no Reino Unido corroboram isso. Desde a crise, o Reino Unido tem visto longos períodos de declínio no investimento das empresas – o mais recente é um declínio de 0,4 por cento entre o primeiro trimestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016. O resultado de baixos níveis de investimento tem sido praticamente zero crescimento na produtividade: de 2008 para 2015, o crescimento da produção por trabalhador tem tido uma média de 0,1 por cento ao ano. Quase todo o crescimento recente do Reino Unido tem vindo de lançar mais corpos na máquina econômica, em vez de melhorar a eficiência da economia. Mesmo em relação ao lento crescimento da produtividade no mundo todo, o Reino Unido está particularmente com dificuldades.

Com salários baratos, baixo investimento e baixa produtividade, vemos que as empresas têm contratado trabalhadores. De fato, os níveis de emprego no Reino Unido atingiram os níveis mais elevados registados – 74,2 por cento a partir de Maio de 2016. Do mesmo modo, o desemprego está baixo, em 5,1 por cento, especialmente quando comparado com os seus vizinhos na Europa em que a média é quase o dobro desse nível. Assim, de forma um tanto surpreendente, um ambiente com um movimento trabalhista fraco leva aqui a altos níveis de emprego.

Entretanto, qual é a qualidade desses empregos? Já vimos que os salários estão estagnados e que dois terços da criação líquida de empregos desde 2008 têm sido de empregos por conta própria. No entanto, também houve um grande aumento nos contratos de zero-hora (situações de emprego que não garantem nenhuma hora para os trabalhadores). Estima-se que até 5% da força de trabalho do Reino Unido esteja nessas situações, com mais de 1,7 milhões de contratos de hora zero. O trabalho em tempo-integral também diminuiu: como porcentagem de todos os empregos, seus níveis pré-crise de 65% foram reduzidos para 63% e se recusaram a se mover mesmo conforme a economia cresce lentamente. A porcentagem de trabalhadores em tempo parcial involuntariamente – aqueles que preferem um emprego em tempo-integral mas não conseguem encontrar um – mais do que duplicou após a crise, e mal começou a se recuperar desde então.

Da mesma forma, com trabalhadores temporários: os trabalhadores temporários involuntários, em percentagem do total de trabalhadores temporários, passaram de menos de 25% para mais de 40% durante a crise, recuperando-se apenas parcialmente para cerca de 35% hoje. Há um grande número de trabalhadores que preferem trabalhar em empregos mais permanentes e de tempo integral, mas que não podem mais encontrá-los. O Reino Unido está se tornando cada vez mais um mercado de trabalho precário e de baixos salários – ou, na opinião dos Tories, um mercado de trabalho competitivo e flexível. Este, acreditamos, é o futuro que se obtém com um movimento trabalhista fraco: baixos níveis de automação, talvez, mas à custa dos salários (e da demanda agregada), dos empregos permanentes e do trabalho em tempo integral. Podemos não obter um futuro totalmente automatizado, mas a alternativa parece tão problemática. [18]


Estes são, portanto, os dois pólos de possibilidade para o futuro do trabalho [sob o capitalismo, pelo menos até o médio prazo – 19].  Por um lado, um mundo altamente automatizado, onde os trabalhadores são forçados para fora da maioria dos trabalhos não-rotineiros de baixo salário e para trabalhos de cuidados com salários mais baixos ainda. Do outro lado, um mundo onde os seres humanos derrotam os robôs, mas apenas através de salários mais baixos e trabalho mais precário. Em ambos os casos, precisamos construir os sistemas sociais que permitirão às pessoas sobreviver e florescer em meio a essas mudanças significativas. Precisamos explorar idéias como uma Renda Básica Universal [20], precisamos fomentar investimentos em automação [21] que possam eliminar os piores empregos na sociedade, e precisamos recuperar esse desejo inicial do movimento trabalhista por uma semana de trabalho mais curta. [22]

Devemos reivindicar o direito à preguiça – o que não é uma demanda por sermos preguiçosos e nem uma crença na preguiça natural da humanidade, mas sim o direito de recusar a dominação por um chefe, por um gerente ou por um capitalista. Os robôs vão tomar nossos empregos? Só podemos esperar que sim! [23]

Tradução: Everton Lourenço

Nota: Todos os números não citados vêm diretamente, ou são baseados em cálculos de autores, de dados do Bureau of Labor Statistics, da O*NET e do Office for National Statistics.


O Nascimento do ‘Robô’

Robô / substantivo masculinouma máquina capaz de realizar uma série complexa de ações automaticamente, especialmente uma programável por um computador.

A palavra “robô” entrou pela primeira vez no léxico público em 1920, quando o escritor checo Karel Čapek publicou sua peça R.U.R. (Robôs Universais de Rossum). A história da peça gira em torno de uma fábrica que produz criaturas vivas que se assemelham aos seres humanos como uma força de trabalho alternativa, sem emoções e obediente. Quando os robôs- no plural ‘roboti’, como são chamados na peça – eventualmente se tornam seres conscientes, uma rebelião robótica global leva à extinção da raça humana.

Não foi o próprio Čapek quem inventou o termo “robô”, mas sim seu irmão Josef, que derivou a palavra do tcheco ‘robota’, que significa “corvéia” ou “trabalho de servo”. A palavra robota era usada em muitas línguas eslavas para indicar o período em que um servo era forçado a trabalhar para seu senhor.

3 Leis da Robótica

Robôs foram popularizados pelo autor e professor de bioquímica estadunidense, Isaac Azimov, que se concentrava na relação entre robôs e sociedade em muitas de suas histórias de ficção científica. Em seu conto de 1942, ‘Runaround’, apresentou as famosas Três Leis da Robótica, projetadas para minimizar a ameaça que robôs representavam à sociedade humana.

  1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano venha a se ferir.
  2. Um robô deve obedecer às ordens dadas a ele por seres humanos, exceto quando tal ordem entrar em conflito com a primeira lei.
  3. Um robô deve proteger sua própria existência, a menos que tal proteção entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.

Ele formulou mais tarde uma quarta lei, ou número zero, que estava acima das outras:

0. Um robô não pode prejudicar a humanidade ou, pela inação, permitir que a humanidade seja prejudicada.


Notas

[1]  “The Future of Employment: How Susceptible Are Jobs To Computerisation?” [‘O Futuro do Emprego: Quão Suscetíveis à Automação Estão os Empregos?’] – de Carl Benedikt Frey e Michael A. Osborne, 2013. [N.M.]

[2] http://bruegel.org/2014/07/chart-of-the-week-54-of-eu-jobs-at-risk-of-computerisation/ [N.M.]

[3] http://www.bankofengland.co.uk/publications/Pages/speeches/2015/864.aspx [N.M.]

[4] ver “Neoliberalismo, a Ideologia na Raiz de Nossos Problemas”, de George Monbiot; e “Como Vai Acabar o Capitalismo?”, de Wolfgang Streeck. [N.M.]

[5] http://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/downloads/reports/Citi_GPS_Technology_Work_2.pdf [N.M.]

[6] Ver “A Gente Trabalha Demais, Mas Não Precisa Ser Assim”, de Peter Frase. [N.M.]

[7] Na verdade, os primeiros resultados já estão sendo analisados. Um estudo divulgado recentemente (após a publicação deste artigo na Revista Roar), avaliando dados de 1990 até 2007, chegou à conclusão que nesse período 670.000 empregos foram eliminados pela automação nos Estados Unidos, concluindo que nesse período a cada robô adotado por mil habitantes, cerca de 6 empregos foram perdidos. [N.M.]

[8] ver “Nem Sempre Foi Assim”, de Frederico Mazzucchelli. [N.M.]

[9]The Growth of Low-Skill Service Jobs and the Polarization of the US Labor Market” [‘O Crescimento de Empregos de Serviços de Baixa Qualificação e a Polarização do Mercado de Trabalho dos EUA’]- por David H. Autor e David Dorn. [N.M.]

[10]Explaining Job Polarization: Routine-Biased Technological Change and Offshoring” [‘Explicando a Polarização de Empregos: Mudança Tecnológica Voltada à Rotina e Terceirização no Exterior’] – por Maarten Goos, Alan Manning e Anna Salomons. [N.M.]

[11] Um autor que vem fazendo um ótimo trabalho nesse sentido é Peter Frase, editor da Revista Jacobin, e autor de um famoso artigo, ‘Quatro Futuros’, imaginando 4 possíveis futuros pós-automação como resultado da luta de classes e das condições dos recursos naturais/climáticos: o Comunismo, unindo igualdade e abundância; Socialismo, resultado de igualdade e escassez; Rentismo, unindo hierarquia e abundância; e Exterminismo, resultado de hierarquia e escassez. As mesmas ideias foram expandidas no livro Four Futures: Life After Capitalism’ (‘Quatro Futuros: Vida Após o Capitalismo’’) – ver a introdução em ‘Tecnologia e Ecologia como Apocalipse e Utopia’ e o capítulo sobre o futuro comunista em ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância‘ .] [N.M.]

[12] Peter Frase defende argumento semelhante nos textos acima e em “Lingerie Egípcia e o Futuro Robô”. [N.M.]

[13] Que em meados de 2016 afirmava ter substituído 60.000 funcionários por robôs. [N.M.]

[14] http://www2.cipd.co.uk/pm/peoplemanagement/b/weblog/archive/2016/02/29/nearly-one-million-retail-jobs-to-go-by-2025-warns-brc.aspx

[15]  http://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/news/151202_new_industries

[16] Apesar de que Peter Frase observa que mesmo nesta área o Japão tem feito avanços no sentido de automação – ver ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância’. [N.M.]

[17] Com as reformas anti-trabalhistas radicais sendo implementadas no Brasil sob Temer, esta parece ser em partes a direção para a qual o país caminha, mas com alguns agravantes – 1) mesmo com o baixo custo da mão de obra (já menor do que a da China), ainda assim a moeda relativamente valorizada e os altos juros pagos em títulos tem impedido que o país assuma um papel internacional mesmo como mão de obra barata para exportação; 2) ao mesmo tempo em que a baixa demanda agregada, graças ao alto nível de desemprego e às sucessivas quedas no poder de compra do trabalho desde 2014, impossibilita uma recuperação voltada ao mercado interno e 3) com a redução radical da investimento público (agora transformado numa algema teoricamente perpétua, com o teto de gastos já aprovado), mesmo a injeção de vigor econômico através deste canal fica impossibilitada. Assim, o caso brasileiro ainda não parece capaz de oferecer nem mesmo o potencial para uma alta empregabilidade graças a uma mão de obra extremamente desvalorizada, como previsto nesse cenário – ou talvez apenas não tenhamos ainda chegado nesse fundo de poço, e venhamos a alcançá-lo nos próximos anos. [N.M.]

[18] Que fique claro que para O Minhocário, apesar de problemas que possamos ter no caminho, um futuro totalmente automatizado está longe de ser um problema. Muito pelo contrário, é o que almejamos. [N.M.]

[19] E lembrando que mesmo a sua ordem mais ou menos funcional está ameaçada [ver ‘Como Vai Acabar o Capitalismo’, de Wolfgang Streeck], mas mesmo que essa ordem entre em contradições mais profundas nos próximos anos, esses dois polos não devem ser alterados positivamente, a não ser que tenhamos transformações mais progressistas, contra a ordem capitalista, através de uma nova onda de lutas dos trabalhadores. [N.M.]

[20] Ver ‘Vivo Sob o Sol’, de Alyssa Battistoni; e ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância’, de Peter Frase; [N.M.]

[21] Ver ‘Precisamos Dominá-la’, de Peter Frase; e ‘Tecnologia e Estratégia Socialista’, de Paul Heideman; [N.M.]

[22] Ver ‘A Gente Trabalha Demais Mas Não Precisa Ser Assim’ e ‘Políticas Para Se Arranjar Uma Vida’, de Peter Frase; [N.M.]

[23] Talvez possa soar um pouco contraditório que o autor termine o texto com uma exclamação tão positiva sobre a automação, principalmente depois de pintar um quadro tão aterrador sobre o futuro do trabalho sob o Capitalismo, venha mais automação ou não. No entanto, acredito que talvez apenas tenha faltado no texto uma ligação mais clara partindo do pessimismo da análise das tendências atuais para chegar no otimismo final com a automação de empregos, que não deriva dessas tendências. O ponto é que o pessimismo do texto, como indicado na chamada após o título, é sobre o potencial do trabalho sob o Capitalismo; porém, se os movimentos dos trabalhadores abraçarem e incorporarem em suas lutas o questionamento à ordem capitalista e as ideias da crítica do trabalho, do “pós trabalho”, podemos conquistar um outro modelo de automação que, ao invés de seguir no sentindo de deterioração das condições de vida dos trabalhadores, como indicado no texto, poderia livrar tempo para que pudéssemos aproveitar mais a vida em outras atividades muito mais satisfatórias. Mais uma vez, deixo como recomendação de complemento alguns textos que apontam para questões nesse sentido:  ‘A Gente Trabalha Demais Mas Não Precisa Ser Assim’ e ‘Políticas Para Se Arranjar Uma Vida’, de Peter Frase; ‘Quatro Futuros‘, ‘Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia‘, ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância‘, ‘Lingerie Egípcia e o Futuro Robô‘ e ‘Precisamo Dominá-la‘, de Peter Frase; ‘Robôs e Inteligência Artificial: Utopia ou Distopia?‘, de Michael Roberts; ‘Vivo Sob o Sol‘, de Alyssa Battistoni; [N.M.]


 Leituras Relacionadas

  • Precisamos Dominá-la – “Nosso desafio é ver na tecnologia tanto os atuais instrumentos de controle dos empregadores quanto as precondições para uma sociedade pós-escassez.
  • Tecnologia e Estratégia Socialista – Com poderosos movimentos de classe em sua retaguarda, a tecnologia pode prometer a emancipação do trabalho, ao invés de mais miséria.
  • Lingirie Egípcia e o Futuro Robô – O pânico sobre automação erra o alvo – o verdadeiro problema é que os próprios trabalhadores são tratados feito máquinas.”
  • A Gente Trabalha Demais, Mas Não Precisa Ser Assim – “Entre os séculos XIX e XX os trabalhadores conquistaram o dia de trabalho de 10 horas e então o de 8 horas, mas depois da Grande Depressão a tendência parou. Do que precisaríamos para recuperar nosso tempo livre?”
  • Políticas Para Se ‘Arranjar Uma Vida’ – “O trabalho em uma sociedade capitalista é um fenômeno conflituoso e contraditório. Uma política para a classe trabalhadora tem de ser contra o trabalho, apelando para o prazer e o desejo, ao invés de sacrifício e auto-negação.
  • Quatro Futuros – “Uma coisa de que podemos ter certeza é que o Capitalismo vai acabar; a questão, então, é o que virá depois.
  • Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia“Muito se tem falado sobre os impactos da Crise Climática e de novas tecnologias de Automação de postos de trabalho para o nosso futuro em comum. Como as relações de propriedade e produção capitalistas e a Política, especificamente a Luta de Classes, se encaixam neste quadro? Será que a possibilidade de automação quase generalizada seria o bastante para garantir que ela ocorrerá? Qual seria o impacto dela sobre as condições de vida das pessoas? Com base nesses elementos, que tipo de cenários podemos esperar à partir do fim do Capitalismo?”
  • Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância“Um mundo em que a tecnologia tenha superado ou reduzido a um mínimo (e de forma sustentável) a necessidade de trabalho humano; em que esse potencial seja compartilhado com todos, eliminando a exploração e a alienação das relações de trabalho assalariado; onde as hierarquias derivadas do Capital tenham sido suplantadas por um modelo mais igualitário, agora capaz não só de sanar as necessidades de todos, mas de permitir o livre desenvolvimento de cada um, parece para muitos como um sonho de utopia inalcançável e ingênuo, onde não existiriam quaisquer conflitos ou hierarquias. Será mesmo?”
  • Robôs e Inteligência Artificial: Utopia ou Distopia?“Diz muito sobre o momento atual que enquanto encaramos um futuro que pode se assemelhar ou com uma distopia hiper-capitalista ou com um paraíso socialista, a segunda opção não seja nem mencionada.”
  • Robôs, Crescimento e Desigualdade Mesmo uma instituição como o FMI vem notando as tendências que a automação de empregos devem gerar nas próximas décadas, incluindo um crescimento vertiginoso da desigualdade social, e a necessidade de compartilhar a abundância prometida por essas inovações.
  • Vivo Sob o Sol“Não há caminho rumo a um futuro sustentável sem lidar com as velhas pedras no caminho do ambientalismo: consumo e empregos. E a maneira de fazer isso é através de uma Renda Básica Universal. “
  • Inovação Vermelha – “Longe de sufocar a inovação, uma sociedade Socialista colocaria o progresso tecnológico a serviço das pessoas comuns.”
  • Rumo a um Socialismo Ciborgue “A Esquerda precisa de mais vozes e de críticas mais afiadas que coloquem nossa análise do poder e de justiça no centro das discussões ambientais, onde elas devem estar.”
  • Todo Poder aos “Espaços de Fazedores” – “A impressão 3-D em sua forma atual pode ser um retorno às obrigações enfadonhas do movimento “pequeno é belo”, mas tem o potencial para fazer muito mais.
  • A Revolução CybersynCinco lições de um projeto de computação socialista no Chile de Salvador Allende.
  • Uma Definição de Capitalismo – “Podemos definir ‘capitalismo’ como um modo particular de produção, caracterizado por quatro conjuntos de arranjos institucionais e comportamentais: produção de mercadorias, orientada para o mercado; propriedade privada dos meios de produção; um grande segmento da população que não pode existir, a não ser que venda sua força de trabalho no mercado; e comportamento individualista, aquisitivo, maximizador, da maioria dos indivíduos dentro do sistema econômico.”
  • Como Vai Acabar o Capitalismo?“O epílogo de um sistema em desmantêlo crônico: A legitimidade da ‘democracia’ capitalista se baseava na premissa de que os Estados eram capazes de intervir nos mercados e corrigir seus resultados, em favor dos cidadãos; hoje, as dúvidas sobre a compatibilidade entre uma economia capitalista e um sistema democrático voltaram com força total.”
  • A Fantasia do Livre-Mercado“Designar o mercado como ‘natural’ e o Estado como ‘antinatural’ é uma ficção conveniente para aqueles casados com o status quo. O “capitalismo consciente”, embora atraente em alguns aspectos, não é uma solução para a degradação ambiental e social que acompanha o sistema de produção voltado ao lucro. A sociedade precisa decidir em que tipo de mundo deseja viver, e essas decisões devem ser tomadas por meio de estruturas e processos democráticos.”
  • O Mito do Antropoceno – Culpar toda a Humanidade pela mudança climática deixa o Capitalismo sair ileso.
  • Bill Gates, Socialista?“Bill Gates está certo: o setor privado está sufocando a inovação em energias limpas. Mas esse não é o único lugar em que o Capitalismo está nos limitando.
  • Contando Com os BilionáriosFilantropo-capitalistas como George Soros querem que acreditemos que eles podem remediar a miséria econômica que eles mesmos criam.
  • Obsolescência Planejada: Armadilha Silenciosa na Sociedade de ConsumoO crescimento pelo crescimento é irracional. Precisamos descolonizar nossos pensamentos construídos com base nessa irracionalidade para abrirmos a mente e sairmos do torpor que nos impede de agir
  • Um Mundo Socialista Não Significaria Só Uma Crise Ambiental Maior Ainda? – “Sob o Socialismo, nós tomaríamos decisões sobre o uso de recursos democraticamente, levando em consideração necessidades e valores humanos, ao invés da maximização dos lucros.
  • Uma Criança que Morre de Fome Hoje é Assassinada“Relator da ONU para o direito à alimentação entre 2000 e 2008, Jean Ziegler procura explicar por que ainda existe fome se a produção agrícola mundial é suficiente para alimentar toda a população e faz contundentes críticas à especulação nas bolsas de commodities e às multinacionais”
  • Bill Gates e os 4 Bilhões Na Pobreza – “A pobreza global está caindo ou crescendo? Sabe-se que a desigualdade global vem aumentando rapidamente nas últimas décadas, mas muitos defensores do capitalismo se apressam para nos afirmar que, apesar disso, nunca estivemos melhor. Será mesmo?
  • O Lamentável Declínio das Utopias Espaciais“Narrativas ficcionais são um fator enorme moldando nossas expectativas do que é possível. Infelizmente, utopias estão atualmente fora de moda, como a tediosa proliferação de ficção distópica e filmes de desastre parece indicar. Por que só “libertarianos” fantasiam sobre o espaço hoje em dia?”
  • O Socialismo Vai Ser Chato? – “O Socialismo não é sobre induzir uma branda mediocridade. É sobre libertar o potencial criativo de todos.
  • Como Vai Acabar o Capitalismo?“O epílogo de um sistema em desmantêlo crônico: A legitimidade da ‘democracia’ capitalista se baseava na premissa de que os Estados eram capazes de intervir nos mercados e corrigir seus resultados, em favor dos cidadãos; hoje, as dúvidas sobre a compatibilidade entre uma economia capitalista e um sistema democrático voltaram com força total.”
  • Neoliberalismo, A Ideologia na Raiz de Nossos Problemas“Crise financeira, desastre ambiental e mesmo a ascensão de Donald Trump – o Neoliberalismo,  a ideologia dominante no ‘Ocidente’ desde os anos 80, desempenhou seu papel em todos eles. Como surgiu e foi adotado pelas elites a ponto de tornar-se invisível e difuso? Por que a Esquerda fracassou até agora em enfrentá-lo?”
  • Estranho, com Orgulho – “Você se sente perdido? Talvez isso seja por que você se recusa a sucumbir à competição, inveja e medo que o neoliberalismo desperta.
  • O Mercado é Mesmo Bom?“Há um elemento comum, nas manifestações recentes da direita: o discurso de que o Estado deve recuar e o mercado deve regular uma porção maior das interações humanas. Se a lógica do mercado opera, dizem eles, no final das contas todos ganham. Será que é mesmo assim?”
  • Socialismo, Transformando “Miséria Histérica” em “Tristeza Qualquer”“A Esquerda quer dar às pessoas a chance de fazer algo mais com suas vidas, lhes dando tempo e espaço longe do mercado.”
  • O Marxismo Está Ultrapassado? Ele Só Tinha Algo a Dizer Sobre a Inglaterra do Século XIX, e Olhe Lá?
  • O País Já Não é Meio Socialista? – Não, Socialismo não é só sobre mais governo – é sobre propriedade e controle democráticos.
  • Pelo Menos o Capitalismo é Livre e Democrático, Né? – Pode parecer que é assim, mas Liberdade e Democracia genuínas não são compatíveis com o Capitalismo.
  • Os Ricos Não Merecem Ficar Com a Maior Parte do Seu Dinheiro?“A riqueza é criada socialmente – a redistribuição apenas permite que mais pessoas aproveitem os frutos do seu trabalho.”
  • O Socialismo Soa Bem na Teoria, Mas a Natureza Humana Não o Torna Impossível de Se Realizar? – “Nossa natureza compartilhada na verdade nos ajuda a construir e definir os valores de uma sociedade mais justa.”
  • O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas?“O Comunismo é apenas um sonho de ingenuidade, utopia e perfeição? Ele ign0ra a maldade e o egoísmo que estariam na essência da natureza humana? Um tal sistema precisaria que todos pensassem e agissem de uma única maneira, só poderia funcionar com pessoas perfeitas e harmoniosas como peças de relógio, nunca com os seres humanos diversos e falhos que realmente existem?”
  • O Socialismo Não Termina Sempre em Ditadura? – O Socialismo é muitas vezes misturado com autoritarismo. Mas historicamente, Socialistas tem estado entre os defensores mais convictos da Democracia.
  • O Marxismo é Uma Ideologia Assassina, Que Só Pode Gerar Miséria? – “O Marxismo é uma ideologia sanguinária e assassina, que só pode gerar miséria compartilhada? Socialismo significa falta de liberdade e uma economia falida?”
  • Os Socialistas Querem Tornar Todos Iguais? Querem Acabar Com a Nossa Individualidade?
  • Socialismo, Mercado, Planejamento e Democracia – “O socialismo promete a emancipação humana, com o alargamento da democracia e da racionalidade para a produção e distribuição de bens e serviços e o uso da tecnologia acumulada pela humanidade para a redução a um mínimo do trabalho necessário por cada pessoa, liberando seu tempo para o seu livre desenvolvimento. Como organizar uma economia socialista para realizar essas promessas?”
  • Votando Sob o Socialismo Vai ser mais significativo – mas esperamos que não envolva assembleias sem-fim.
  • Existe Mesmo Algo Como Um “Livre-Mercado”? – Todo mercado tem algumas regras e limites que restringem a liberdade de escolha. O mercado só parece livre porque estamos tão condicionados a aceitar as suas restrições subjacentes que deixamos de percebê-las.”
  • Uma Filosofia para o Proprietariado – O “Libertarianismo” [1] não oferece solução alguma para a política plutocrática de hoje em dia – não passa de uma rejeição reacionária à luta política.
  • As Perspectivas da Liberdade“A idéia de liberdade degenera assim em mera defesa do livre empreendimento, que significa a plenitude da liberdade para aqueles que não precisam de melhoria em sua renda, seu tempo livre e sua segurança, e um mero verniz de liberdade para o povo, que pode tentar em vão usar seus direitos democráticos para proteger-se do poder dos que detêm a propriedade.”
  • O Livre-Mercado Faz Países Pobres Ficarem Ricos? –  “Os supostos lares do livre comércio e do livre mercado ficaram ricos por meio da combinação do protecionismo, subsídios e outras políticas que hoje eles aconselham os países em desenvolvimento a não adotar. As políticas de livre mercado tornaram poucos países ricos até agora e poucos ficarão ricos por causa dela no futuro.”
  • Sua Majestade, a Teoria Econômica “Aqui temos a crise econômica e financeira mais espetacular em décadas e o grupo que passa a maior parte de suas horas ativas analisando a economia basicamente não a enxergou.”

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