Renda Básica e o Futuro do Trabalho

“Não existe algo como a ‘dignidade do trabalho’. Não é o direito ao emprego, mas a uma existência material garantida que dá dignidade à vida humana.”

por David Raventós e Julie Wark, Revista Roar, Junho de 2016

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Imagem: Mirko Rastic | Roar Magazine

Aqui está uma definição de ‘trabalho’: “um conjunto de atividades, remuneradas ou não, cujos resultados garantem bens ou serviços para os membros de nossa espécie”. Ela é útil para nossos propósitos porque abrange os três tipos de trabalho que discutiremos abaixo.

Nesta definição, nem todas as atividades podem ser classificadas como trabalho, e o trabalho não pode ser equiparado apenas ao esforço. Escalar uma montanha a 3.000 metros acima do nível do mar é trabalhoso, mas geralmente não pode ser categorizado como trabalho. A definição não exige que o trabalho seja extenuante. De fato, ela inclui o trabalho “autotélico”, ou seja, o trabalho que tem um propósito em si mesmo, como o trabalho voluntário. A maioria dos tipos de trabalho não são assim, mas respondem a uma necessidade que precisa ser tratada. A definição abrange também o trabalho realizado para fins prazerosos. O resultado da atividade não tem que ser um objeto material; poderia ser um serviço (pago ou não). A maioria dos resultados do trabalho doméstico, por exemplo, não são objetos materiais.

Ainda hoje, os aspectos econômicos, políticos e sociais do trabalho nem sempre são bem compreendidos porque, até os anos 1960, tanto na academia como na vida cotidiana, o que geralmente era chamado de “trabalho” se referia exclusivamente ao trabalho feito no mercado de trabalho. Para os propósitos deste artigo, dividiremos o trabalho em três categorias – trabalho remunerado, trabalho doméstico e trabalho voluntário – e então faremos uma pergunta: como uma Renda Básica, compreendida como um pagamento incondicional e garantido em dinheiro a cada membro da população, afeta esses três tipos de trabalho?

O Mercado de Trabalho e a Renda Básica

Se uma Renda Básica fosse introduzida, poderíamos prever pelo menos quatro efeitos diferentes no mercado de trabalho: 1) aumento do poder de barganha para os trabalhadores; 2) mais auto-emprego; 3) mais trabalho remunerado em tempo parcial; e 4) aumentos salariais em determinados empregos e diminuições em outros.

Primeiro, um maior poder de barganha para os trabalhadores seria uma grande vantagem. O fato de receber uma renda garantida significa que os trabalhadores seriam menos pressionados a aceitar qualquer trabalho sob quaisquer condições. Quando obtêm a “opção de saída” de deixar o mercado de trabalho, também adquirem uma posição de negociação (ou resistência) muito melhor. Quando você sabe que sua subsistência depende quase exclusivamente dos patrões do outro lado da mesa, levar negociações até a beira da ruptura é um negócio arriscado, pois estes últimos podem facilmente substituí-lo por máquinas ou outros trabalhadores do “exército de reserva do trabalho” [1]. Essa é a situação usual na relação de trabalho capitalista altamente assimétrica de hoje.

Com uma Renda Básica, os trabalhadores poderiam, de forma convincente, se recusar a aceitar trabalhos indesejáveis e exploradores e também pensar em formas mais satisfatórias e alternativas de organizar suas condições de trabalho. Ao contrário de Bartleby, o escrivão na história de Melville ‘Wall Street’, eles teriam a dignidade de dizer “eu preferiria não fazer isso”, sem morrer de fome. Finalmente, durante as greves, uma Renda Básica constituiria um fundo de resistência garantido, dando aos trabalhadores uma posição muito mais forte do que têm hoje, quando podem ser confrontados com cortes salariais punitivos, sem possuir outros recursos para amortecer o golpe.

Em segundo lugar, uma renda básica quase certamente encorajaria o trabalho por conta própria, uma vez que reduziria consideravelmente os riscos de iniciar um novo empreendimento. Para uma pessoa embarcando em um pequeno negócio, uma renda básica seria um tipo de concessão garantida que ajudaria a superar a aversão ao risco que é muitas vezes associado a este tipo de projeto. Permitiria também uma maior inovação e tornaria as cooperativas de trabalhadores e de consumidores uma opção muito mais atrativa e viável.

Terceiro, é razoável supor que a introdução de uma Renda Básica favoreceria uma escolha de empregos de tempo parcial ao invés do emprego de tempo integral. Atualmente, aqueles que poderiam preferir trabalhar menos ainda são muitas vezes forçados a empregos de tempo integral, uma vez que a alternativa simplesmente não paga o suficiente. Novamente, as estatísticas oficiais mostram que muitas pessoas que trabalham em tempo parcial o fazem porque não conseguem encontrar trabalho de tempo integral. Em outras palavras, as pessoas hoje não podem escolher a quantidade de horas que gostaria de trabalhar. Uma Renda Básica proporcionaria aos trabalhadores muito mais opções.

Finalmente, uma renda básica significaria um aumento salarial garantido em alguns empregos e, possivelmente, salários mais baixos em outras posições. Em termos concretos, provocaria uma pressão ascendente sobre os salários para as pessoas que realizam trabalhos desagradáveis e insatisfatórios, como trabalho manual ou limpeza, enquanto alguns autores sugerem que os salários médios para trabalhos prestigiosos ou agradáveis podem cair porque este tipo de trabalho seria valorizado de forma diferente .

Há, obviamente, uma objeção geral de que as pessoas simplesmente não iriam querer fazer alguns tipos de trabalho se tivessem uma Renda Básica. Podemos apresentar pelo menos três respostas a esta objeção. A primeira está diretamente relacionada com possíveis mudanças nas escalas salariais. Aumentos de salários significativos para certos empregos indesejáveis os tornaria mais atraentes para algumas pessoas, pelo menos no curto prazo. Em segundo lugar, e de modo mais geral, não seria o fim do mundo se alguns empregos em telemarketing ou guardando centros de detenção de refugiados desaparecessem porque as pessoas acharam coisas melhores e mais gratificantes para fazer. Em terceiro lugar, o facto de alguns tipos de trabalho simplesmente não serem viáveis nos níveis de remuneração exigidos incentivaria a inovação tecnológica e a automação. [2]

Aqui temos de questionar a noção de “dignidade do trabalho”. Não há nada dignificante sobre o trabalho por si mesmo, e certamente menos ainda sobre um trabalho humilhante, mal pago e em condições miseráveis. Claro que existem  tipos de emprego gratificantes, mas eles não são a norma. De acordo com Forbes, 70% das pessoas odeiam seus empregos ou estão completamente desvinculados deles. Seguindo Aristóteles, Marx observou que se você só é livre para vender seu trabalho, você não está verdadeiramente livre, mas sujeito a uma forma de servidão. O que dá dignidade é ter sua existência material garantida. Neste sentido, o apoio a uma Renda Básica é perfeitamente compatível com (mesmo complementar) a defesa do acesso ao trabalho remunerado para quem o quiser. De fato, os proponentes de uma Renda Básica tem descrito convincentemente como uma Renda Básica tornaria este objetivo mais acessível.

As mudanças tremendamente prejudiciais no mercado de trabalho resultantes das políticas de austeridade e ajustes estruturais [3] que foram impostas pela primeira vez com os primeiros sintomas da crise financeira global são todos muito visíveis hoje. Alguns comentaristas, atrasando o relógio de volta aos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, oferecem o pleno emprego como uma “solução” para a crise do trabalho. Mas há várias realidades urgentes e inter-relacionadas que tornam a Renda Básica uma prioridade mais razoável: o fenômeno crescente dos trabalhadores pobres; as circunstâncias extremamente precárias de grande parte da classe trabalhadora; a forte probabilidade de uma maior automatização provocar mais desemprego sem a compensação da criação de novos de empregos [4]; e enormes mudanças nas relações de trabalho (ou falta de).

Estima-se que em 2033 quase metade dos trabalhos de hoje serão automatizados. Muitas pessoas que trabalham no campo da inteligência artificial, portanto, apoiam uma renda básica [5]

Então há a questão da tributação, que seria usada financiar uma renda básica. A tecnologia da informação está suplantando empregos, mas também está acelerando rapidamente a concentração de riqueza. Há algumas décadas, as corporações precisavam de cerca de 100.000 funcionários para criar US$ 1 bilhão em valor. Em 2014, o valor da WhatsApp, com 55 funcionários, foi estimado em US$ 19 bilhões. O que tem sido chamado de economia do “trickle-down” [algo como “economia do gotejamento” – 6] na verdade constitui um fluxo ascendente de renda que eventualmente vai ficar travado em contas secretas e paraísos fiscais no exterior [quando não simplesmente em especulação financeira], bloqueando a criação de riqueza real.

Acontece que pessoas com rendas pequenas gastam o seu dinheiro rapidamente, enquanto os ricos acumulam os deles. O Institute for Policy Studies descobriu que cada dólar extra pago aos trabalhadores de baixos salários acrescenta cerca de US$ 1,21 à economia dos EUA. Se esse dólar fosse para um trabalhador com salário alto, acrescentaria apenas 39 centavos ao Produto Interno Bruto (PIB). Em outras palavras, se os US$ 26,7 bilhões pagos em bônus aos apostadores de Wall Street em 2013 tivessem sido destinados a trabalhadores pobres, o PIB teria aumentado em cerca de US$ 32,3 bilhões.

Para que as economias escapem ao estrangulamento do neoliberalismo, se tornem produtivas, ofereçam uma distribuição mais justa de trabalho e comecem a enfrentar os enormes problemas das desigualdades atuais [7], é necessária alguma forma de redistribuição eficiente da riqueza. Não nos esqueçamos de que, entre os anos 1950 e o início dos anos 70, a faixa de imposto de renda superior era de mais de 90% (no Reino Unido e nos EUA) e essas economias prosperam [na verdade, foram sua época de maior crescimento em décadas recentes].

Renda Básica e Trabalho Doméstico

O trabalho doméstico, também chamado de trabalho reprodutivo ou de cuidado, tem muitas definições, principalmente devido à dificuldade de cobrir todas as atividades que envolve. Contudo, existem algumas constantes em todas estas definições: geralmente incluem atividades de criação de crianças, cuidados e enfermagem realizadas em casa, bem como outras atividades relacionadas com o bem estar de pessoas que vivem sob o mesmo teto, especialmente com os membros mais mais velhos e mais jovens da família. Levando-se em conta essas constantes, poderíamos dizer que o trabalho doméstico é aquele que é realizado no lar para atender às próprias necessidades e às dos outros, e que inclui atividades como a limpeza, a preparação de refeições, compras, o cuidado das crianças, idosos e quaisquer membros doentes da família.

Uma das definições mais antigas de trabalho doméstico foi oferecido por Margaret Reid em seu trabalho pioneiro ‘Economics of Household Production’ [algo como ‘Aspectos Econômicos da Produção do Lar’] (1934). Para Reid, produção doméstica significa trabalho não remunerado realizado por e para membros da família. De forma interessante, porém, ela se foca em atividades que podem ser substituídas por produtos no mercado ou serviços remunerados, quando fatores como o rendimento, a situação do mercado e as preferências dos consumidores tornam possível contratar os serviços de terceiros fora da família.

Além destes aspectos, há quatro características do trabalho doméstico que devem ser levadas em conta. Em primeiro lugar, o trabalho doméstico utiliza bens adquiridos no mercado ou através de serviços oferecidos por administrações públicas para produzir bens e serviços destinados ao consumo doméstico (ou próprio), mas não se baseia em troca. Em segundo lugar, e relacionado a isso, não há pagamento monetário. Terceiro, o objetivo básico é a reprodução da força de trabalho, com um resultado imediato sendo uma redução dos custos de subsistência. Finalmente, a pessoa que realiza este trabalho estabelece algum controle sobre o seu ritmo e horários.

O trabalho doméstico é realizado por ambos os sexos, mas de forma nenhuma proporcionalmente. Nos países ricos e pobres igualmente, as mulheres fazem, de longe, a maior parte. Pesquisas mostram que na União Européia, mais de 80% das mulheres que têm filhos em casa passam quatro horas por dia em tarefas domésticas, em comparação com apenas 29% dos homens.

Não há dúvida de que, quando menos tempo é gasto em trabalho remunerado, mais tempo é dado ao trabalho doméstico. Mas as proporções de gênero aqui são muito diferentes, também. As mulheres que gastam menos tempo em trabalho remunerado dedicam muito mais tempo ao trabalho doméstico do que os homens na mesma situação. Também merece atenção a prática bastante inconsistente de considerar a mesma atividade como trabalho em alguns casos e como não-trabalho em outros (cozinhar, por exemplo). Por quê? Porque as pessoas pensam que apenas uma atividade para a qual alguém é pago pode ser chamada de trabalho. [8]

Como o trabalho doméstico pode ser afetado por uma Renda Básica? Um parêntese geral é relevante neste ponto. A Renda Básica não resolverá todos os problemas sociais relacionados à divisão sexual do trabalho. Desigualdades sexuais e discriminação baseada em gênero são dois grandes problemas sociais que exigem mudanças muito mais radicais do que apenas uma Renda Básica. Mas uma Renda Básica certamente permitiria maior liberdade para as mulheres. Há mais de dois séculos, Mary Wollstonecraft salientou que os direitos, a cidadania e um melhor status para as mulheres – casadas e solteiras – exigiam sua independência econômica.

Muitas mulheres presas na armadilha da pobreza dentro do sistema atual de subsídios poderiam escapar dela com uma Renda Básica. A feminização da pobreza seria grandemente atenuada. Uma vez que a Renda Básica é universal e, portanto, paga tanto a homens como a mulheres, segue-se que pelo menos alguns problemas decorrentes da atribuição de subsídios ao chefe (geralmente masculino) da família seriam resolvidos. [9] Uma Renda Básica poderia, portanto, mudar a distribuição de tarefas domésticas entre homens e mulheres em algumas famílias. Seja qual for o caso, o poder de negociação de uma mulher recebendo uma Renda Básica seria maior com ela do que sem ela. Para resumir, as mulheres ganhariam muito, não só com uma renda, mas em termos de liberdade também.

Renda Básica e Trabalho Voluntário

Trabalho voluntário é compreendido como o uso do próprio tempo em atividades não-remuneradas dedicadas a ajudar os outros, sem entrar sob a rubrica do trabalho doméstico. O trabalho voluntário abrange uma vasta gama de áreas, incluindo enfermagem, educação, solidariedade com os pobres e marginalizados, trabalho prisional, aconselhamento de mulheres maltratadas, trabalho de socorro após desastres naturais, ajuda a refugiados e ajuda humanitária no mundo subdesenvolvido.

A motivação para o trabalho voluntário pode ser dupla. A primeira é a satisfação pessoal. Este seria o caso da atividade autotélica, cuja recompensa é a própria atividade – o oposto da atividade instrumental, onde o processo é apenas um meio para um fim. O trabalho remunerado, com algumas exceções, é basicamente instrumental. Se você tem que adquirir itens essenciais como comida, habitação, roupas e assim por diante, você precisa de dinheiro e, para a maioria das pessoas, o trabalho remunerado é a única maneira de obtê-lo.

Seria difícil entender o trabalho voluntário se não fosse autotélico. O mesmo acontece com a participação política, quando entendida como um compromisso firme, mais do que votar de vez em quando – e algo que traz suas próprias recompensas. Evidentemente, o trabalho autotélico não incluiria o trabalho de funcionários públicos, eleitos e nomeados pagos, para quem a atividade política é tão instrumental como qualquer outro trabalho assalariado, com suas próprias regalias, poder, influência, condições de conforto, brilho e assim por diante.

Uma segunda motivação do trabalho voluntário pode ser o altruísmo, entendido como preocupação genuína pelo bem-estar de quem se beneficia do trabalho. Isso não nega que alguns efeitos de recompensa, ou o desejo de ser admirado, poderiam estar em jogo como fatores instrumentais no trabalho voluntário. Em suma, esta segunda motivação benevolente está relacionada com a primeira, mesmo que possam ser conceitualmente separadas.

Uma regra essencial vinculando os efeitos políticos e econômicos de uma Renda Básica é que uma democracia sustentável requer altos níveis de participação política, o que, por sua vez, requer níveis muito mais baixos de desigualdade econômica para liberar tempo e recursos para a atividade política. Hoje, quando 8 pessoas controlam mais de metade da riqueza mundial [10], temos um sistema político global altamente insustentável num planeta que agora entra na Sexta Extinção. Sem grandes mudanças na base da sociedade e na maneira como entendemos o trabalho e o progresso, as coisas só podem piorar. [11]

A introdução de uma Renda Básica poderia proporcionar um estímulo ao trabalho voluntário e à participação política, o que geralmente exige muito mais tempo do que as pessoas têm disponível atualmente. O trabalho voluntário, neste sentido, não deveria ser considerado uma “alternativa” ao trabalho remunerado, que, na ausência de outras fontes de renda, permanece essencial para a sobrevivência. Muitas pessoas que gostariam de participar em atividades voluntárias simplesmente não podem fazê-lo devido à falta de recursos.

As possibilidades democráticas de maior liberdade na esfera do trabalho não foram desperdiçadas para o escravo liberto Garrison Frazier, que afirmou que “a liberdade prometida pela proclamação está nos tirando do jugo da escravidão e colocando-nos onde poderíamos colher o fruto do nosso próprio trabalho, cuidar de nós mesmos e ajudar o governo a manter a nossa liberdade … “

Renda Básica e Dignidade Humana

A pobreza é muito mais do que apenas um problema econômico. A importância de seus aspectos sociais, políticos, ambientais, legais e ocupacionais torna-se muito mais clara quando os efeitos de uma Renda Básica são considerados do ponto de vista das pessoas mais pobres do mundo. Um exemplo será suficiente. Em 2008-09 um projeto piloto foi realizado na aldeia namibiana de Otjivero, onde 930 residentes receberam 100 dólares namibianos (cerca de 9 euros) por mês. Os níveis de pobreza caíram de 76 por cento para 37 por cento, e os números para crianças abaixo do peso de 42 por cento para 10 por cento.

As pessoas em Otjivero começaram a usar a clínica local, a frequência escolar aumentou, a dívida das famílias caiu, as relações sociais melhoraram e houve uma diminuição considerável do crime. Enquanto isso, a atividade econômica floresceu quando os beneficiários começaram seus próprios negócios como fazer tijolos e assar pão. A conclusão é que, nos países pobres, o produto da limpeza da corrupção, o uso do dinheiro hoje mal-usado em ajuda, impostos sobre o turismo, os carros e os bens de luxo poderiam ser melhor utilizados para financiar uma Renda Básica.

Na ausência de exemplos plenamente desenvolvidos na prática, os benefícios políticos gerais da Renda Básica só podem ser levantados como hipóteses. Como Naomi Klein sugere em ‘This Changes Everything’ [‘Isto Muda Tudo’], eles poderiam até salvar o planeta. A maioria das pessoas concorda que os seres humanos precisam de mais em suas vidas do que apenas trabalhar para sustentar a existência nua. Se as necessidades básicas não forem satisfeitas, é improvável que as pessoas satisfaçam outras necessidades humanas como segurança, amor, pertencimento, estima, lazer, criatividade, espontaneidade e resolução de problemas – todos aspectos da vida humana comumente associados à liberdade.

Em outras palavras, os três valores fundamentais subjacentes aos direitos humanos e à uma sociedade democrática – liberdade, justiça e dignidade humana – exigem que as necessidades básicas sejam satisfeitas. O trabalho assalariado raramente respeita a liberdade, a justiça e a dignidade humana. Uma Renda Básica, incondicional e universal, poderia ser um grande passo para honrar a promessa até aqui vazia do Artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todas as pessoas têm direito ao trabalho, à livre escolha do emprego, a condições de trabalho justas e favoráveis e à proteção contra o desemprego “. A questão de fundo, porém, é que não é o trabalho, mas sim uma existência material garantida o que dá dignidade à vida humana.

Tradução: Everton Lourenço


Renda Básica na União Europeia

Uma pesquisa conduzida por Nico Jaspers para a Dalia Research, em abril de 2016, entre 10.000 pessoas em 500 cidades em 28 países europeus mostra alguns resultados surpreendentes: Embora a maioria dos entrevistados esteja a favor de uma Renda Básica Universal, apenas uma pequena minoria de 4% consideraria parar de trabalhar após a introdução de uma RBU.

Fonte dos dados abaixo: Nico Jaspers, PHD, “What Do Europeans Think About Basic Income?” [‘O Que os Europeus Pensam Sobre a Renda Básica‘], resultados da pesquisa de abril de 2016. basicincome.org . [Todos os gráficos abaixo foram publicados pela Roar Magazine.]

Maior Esperança: Menor ansiedade sobre o financiamento de necessidades básicas.

Maior Medo: Que as pessoas parariam de trabalhar.

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64% dos europeus votariam a favor de uma Renda Básica; 24% votariam contra; 12% não votariam | Imagem: Roar Magazine

58% dos europeus estão familiarizados com a renda básica

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% de entrevistados respondendo à pergunta “Quão familiarizado você está com o conceito conhecido como ‘Renda Básica’ ?” | 23% ‘entendem completamente’; 35% ‘sabem algo sobre isso’; 25% ‘ouviram só um pouco sobre’; 17% ‘nunca ouviram falar’ | Imagem: Roar Magazine

Conhecimento e apoio à Renda Básica estão interligados

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% de entrevistados agrupados por seu nível relatado de conhecimento sobre a Renda Básica, respondendo à pergunta: “Se houvesse um referendo sobre a introdução de uma Renda Básica hoje, como você votaria?” | À favor da Renda Básica: 72% dos que conhecem mais, 53% dos que conhecem menos | Contra a Renda Básica: 22% dos que conhecem mais, 26% dos que conhecem menos | Não votariam: 6% dos que conhecem mais, 21% dos que conhecem menos | Imagem: Roar Magazine

O apoio é maior na Espanha

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% de entrevistados por país que votariam a favor da Renda Básica: “Se houvesse um referendo sobre a introdução de Renda Básica hoje, como você votaria?” | Espanha: 71%; Itália: 69%; Alemanha: 63%; Polônia: 63%; Reino Unido: 62%; França: 58% | Roar Magazine


Notas

[1] Como Marx se refere ao exército de desempregados existente em qualquer nação capitalista, cheio de gente pronta a agarrar qualquer oportunidade de emprego, mesmo aquelas sendo “rejeitadas” por trabalhadores exigindo condições melhores. [N.M.]

[2] É o que Peter Frase argumenta em ‘Lingirie Egípcia e o Futuro Robô’ e em ‘Precisamos Dominá-la’ . [N.M.]

[3] Ver ‘Neoliberalismo, a Ideologia na Raiz de Nossos Problemas’, de George Monbiot. [N.M.]

[4] Ver ‘Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia’ e ‘Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância’, de Peter Frase. [N.M.]

[5] Mesmo dentro do FMI, que foi uma das pontas de lança para a implantação de ‘pacotes de austeridade’ durante todo o período neoliberal, começando com o México em 82 – ver ‘Robôs, Crescimento e Desigualdade’. [N.M.]

[6] http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/A-teoria-do-gotejamento-que-nao-agrada-ao-papa-Francisco/7/34039 e http://dowbor.org/2014/07/josefh-e-stiglitz-inequality-is-not-inevitable-julho-2014-4p.html/ [N.M.]

[7] Ver ‘Uma Economia Para os 99%’, da Oxfam. [N.M.]

[8] É interessante observar como nos primórdios do período soviético, após a Revolução Russa e de maneira completamente inovadora, ocorreram muitos debates em torno dessa condição e do que seria necessário para vencê-la em uma nova sociedade pós-capitalista, embasando várias políticas públicas e tentativas de mudanças estruturais num primeiro momento. Wendy Goldman resgata este cenário em seu livro ‘Mulher, Estado e Revolução‘ [N.M.]

[9] Foi um resultado observado mesmo num programa “menor”, como o Bolsa Família, no Brasil, que é pago às mulheres para evitar esse mesmo problema. [N.M.]

[10] Como indicado no relatório da Oxfam referenciado anteriormente. No texto original, o número ainda estava desatualizado, em 62 pessoas. [N.M.]

[11] Ver ‘O Mito do Antropoceno’, de Andreas Malm; ‘Vivo Sob o Sol’, de Alyssa Battistoni; ‘Obsolescência Planejada: Armadilha Silenciosa na Sociedade de Consumo’, de Valquíria Padilha e Renata Cristina A. Bonifácio; ‘Um Mundo Socialista Não Significaria Só Uma Crise Ambiental Maior Ainda?’, de Alyssa Battistoni; ‘Rumo a Um Socialismo Ciborgue’, de Alyssa Battistoni;  ‘Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia, de Peter Frase [N.M.]


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  • O Marxismo Está Ultrapassado? Ele Só Tinha Algo a Dizer Sobre a Inglaterra do Século XIX, e Olhe Lá?
  • O Socialismo Soa Bem na Teoria, Mas a Natureza Humana Não o Torna Impossível de Se Realizar? – “Nossa natureza compartilhada na verdade nos ajuda a construir e definir os valores de uma sociedade mais justa.”
  • O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas?“O Comunismo é apenas um sonho de ingenuidade, utopia e perfeição? Ele ign0ra a maldade e o egoísmo que estariam na essência da natureza humana? Um tal sistema precisaria que todos pensassem e agissem de uma única maneira, só poderia funcionar com pessoas perfeitas e harmoniosas como peças de relógio, nunca com os seres humanos diversos e falhos que realmente existem?”
  • O Socialismo Não Termina Sempre em Ditadura? – O Socialismo é muitas vezes misturado com autoritarismo. Mas historicamente, Socialistas tem estado entre os defensores mais convictos da Democracia.
  • O Marxismo é Uma Ideologia Assassina, Que Só Pode Gerar Miséria? – “O Marxismo é uma ideologia sanguinária e assassina, que só pode gerar miséria compartilhada? Socialismo significa falta de liberdade e uma economia falida?”
  • Os Socialistas Querem Tornar Todos Iguais? Querem Acabar Com a Nossa Individualidade?
  • Socialismo, Mercado, Planejamento e Democracia – “O socialismo promete a emancipação humana, com o alargamento da democracia e da racionalidade para a produção e distribuição de bens e serviços e o uso da tecnologia acumulada pela humanidade para a redução a um mínimo do trabalho necessário por cada pessoa, liberando seu tempo para o seu livre desenvolvimento. Como organizar uma economia socialista para realizar essas promessas?”
  • Votando Sob o Socialismo Vai ser mais significativo – mas esperamos que não envolva assembleias sem-fim.
  • Existe Mesmo Algo Como Um “Livre-Mercado”? – Todo mercado tem algumas regras e limites que restringem a liberdade de escolha. O mercado só parece livre porque estamos tão condicionados a aceitar as suas restrições subjacentes que deixamos de percebê-las.”
  • Uma Filosofia para o Proprietariado – O “Libertarianismo” não oferece solução alguma para a política plutocrática de hoje em dia – não passa de uma rejeição reacionária à luta política.
  • As Perspectivas da Liberdade“A idéia de liberdade degenera assim em mera defesa do livre empreendimento, que significa a plenitude da liberdade para aqueles que não precisam de melhoria em sua renda, seu tempo livre e sua segurança, e um mero verniz de liberdade para o povo, que pode tentar em vão usar seus direitos democráticos para proteger-se do poder dos que detêm a propriedade.”
  • O Livre-Mercado Faz Países Pobres Ficarem Ricos? –  “Os supostos lares do livre comércio e do livre mercado ficaram ricos por meio da combinação do protecionismo, subsídios e outras políticas que hoje eles aconselham os países em desenvolvimento a não adotar. As políticas de livre mercado tornaram poucos países ricos até agora e poucos ficarão ricos por causa dela no futuro.”
  • Sua Majestade, a Teoria Econômica “Aqui temos a crise econômica e financeira mais espetacular em décadas e o grupo que passa a maior parte de suas horas ativas analisando a economia basicamente não a enxergou.”

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