A Mente Univariada do Bitolado de Direita

“A ‘mente univariada’ é a tendência para abstrair a dinâmica de fenômenos extremamente complexos, como economias inteiras, a desigualdade salarial de gênero, rituais de sedução, sub-representação de certas minorias sexuais e raciais na indústria, pobreza, etc. em modelos que usam uma ou pouquíssimas variáveis.”

por Amir Hernandez, em Cold and Dark Stars, Setembro de 2017

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colagem de Lewis Minor


[Nota do Minhocário: em alguns trechos do texto abaixo há alguns termos da matemática que podem dificultar um pouco a leitura para não acostumados. Entretanto, o tema é interessante demais e mesmo sem se conhecer esses termos é possível aproveitar muito do texto.]


Há um fenômeno que aparece em algumas das partes mais conservadoras dos profissionais e estudantes de exatas que chamo de “mente univariada”. A “mente univariada” é a tendência para abstrair a dinâmica de fenômenos extremamente complexos, como economias inteiras, a desigualdade salarial de gênero, rituais de sedução, sub-representação de certas minorias sexuais e raciais na indústria, pobreza, etc. em modelos que usam uma ou pouquíssimas variáveis. Alguns dos mais empenhados bitolados de extrema-direita estendem essas descrições univariadas ridículas e simplistas do tipo “é-assim-e-pronto” até limites olimpianos – como os nacionalistas brancos, que conectam a ascensão e a queda de nações, impérios e modos de produção a pouquíssimas variáveis, como raça, cultura ou QI.

Os membros da “direita alternativa” [ou “alt-right“] são provavelmente os piores culpados desse pensamento univariado. Uma revisão superficial de algumas das influências intelectuais da direita alternativa atual, como “A Curva em Sino” [“The Bell Curve“], de Charles Murray, psicologia evolutiva, estudos escolhidos à dedo da psicologia comportamental e uma obsessão por QI, revela essa doença intelectual. Por exemplo, uma justificativa comum para o etno-nacionalismo branco é a correlação do QI com algumas outras variáveis, como raça, herança genética, a riqueza e a criminalidade de uma nação. Assim, um racista simplório concluiria que, porque certas raças alegadamente tendem a terem resultados mais baixos em testes de QI, isso significaria que elas são geneticamente predispostas à pobreza e à criminalidade, e, portanto, no âmbito das políticas públicas, elas deveriam ser marginalizadas de posições de poder.

No entanto, o que se entende por correlação? É possível medir o nível da correlação entre duas quantidades usando um coeficiente de correlação. Em geral, as correlações encontradas na psicologia comportamental – que é provavelmente o campo-número-um em abusos por reacionários univariados – vão de fracas a moderadas, no sentido de que é possível encaixar uma regressão linear vulgar através de um conjunto de dados e normalmente encontrar um coeficiente de correlação que flutua de (-) 0.1 a (-) 0.8, onde 0 significa nenhuma correlação e (-) 1 significa que existe uma (anti) correlação linear perfeita entre as duas variáveis. Para dar uma boa idéia do que significa um coeficiente de correlação, aqui estão alguns conjuntos de dados com as linhas ajustadas e seus respectivos coeficientes de correlação.

A partir do link acima, fica evidente que um coeficiente limitado de (anti) correlação às vezes não é muito impressionante; geralmente significa uma tendência de fraca a moderada, com dispersões razoavelmente grandes. Há também outras métricas mais complexas que vão além dos coeficientes de correlação, que realmente se ajustam ao número de pontos de dados, porque um coeficiente de correlação que usa dois pontos de dados é obviamente mais suspeito do que um que usa um milhão de pontos de dados. Os coeficientes de correlação encontrados em dados geralmente citados por nacionalistas brancos e misóginos profissionais (por exemplo, coeficientes de 0.1 a 0.7) para argumentar por causas biológicas de disparidade racial e de gênero são inaceitavelmente baixos para as ciências da Física, mas encontram seu caminho até as ciências sociais porque teorias sociais são mais incertas e inexatas, dado que a sociedade humana é extremamente mais multivariada, complexa e não-linear do que as orbitas dos elétrons de um átomo de hidrogênio.

Os coeficientes mais baixos, que implicam uma dispersão maior, significam que os fenômenos sociais complexos que esses estudos tentam modelar têm não apenas uma variável relevante, mas muitas, e algumas vezes tais fenômenos sociais não são lineares e não podem ser encaixados em apenas uma reta. Há também a questão de que mais de 50% das pesquisas em psicologia não são reproduzíveis e, portanto, não são confiáveis. Não afirmo essa limitação para criticar as ciências sociais, de forma nenhuma, porque a maioria desses pesquisadores está ciente desses limites – mas sim para alertar sobre os bitolados de extrema-direita com mentes minúsculas, que só conseguem imaginar o mundo socioeconômico como uma função linear e simplista que depende apenas de algumas variáveis ​​(como QI ou raça). Uma demonstração da falácia univariada está no livro “QI e a Riqueza das Nações” [“IQ and the Wealth of Nations”], que é bastante popular entre excêntricos “pseudo-estatísticos” de extrema-direita. Os autores fizeram uma regressão linear entre o QI e o PIB para vários países e encontraram um coeficiente de correlação de 0,76. Não apenas encontraram uma correlação estatística, mas fizeram afirmações muito ousadas sobre como o QI seria uma função da composição racial desses países. Não obstante a pobreza dos próprios dados sobre QI (por exemplo, o autor não tinha um número de QI para cerca de metade dos países considerados e, ao invés, interpolou o QI dos países vizinhos; e também o tamanho de algumas das amostras para calcular o QI nesses países países eram pequenos e pobres), críticos já mostraram, com uma análise multivariada rudimentar, que o QI é muito menos significativo do que outros fatores. Em outras palavras, os escritores sofriam da doença da “mente univariada”, forçando todo tipo de charlatanismo racialista com base em uma regressão linear de uma variável.

Agora que delineei os limites dos argumentos políticos baseados na falácia univariada, seria interessante explorar a questão de por que essas abordagens positivistas e vulgares são populares entre os bitolados de direita. Uma das tendências mais óbvias que vale a pena explorar é o treinamento por trás de muitas das pessoas que vendem essas crenças reacionárias. Embora eu não ache que a maioria das pessoas envolvidas em exatas sejam racistas ou misóginas, há uma porcentagem significativa que é (por exemplo, Moldbug, James Damore), e penso que pessoas assim são suscetíveis a usar o tipo de estatística básica e de funções lineares univariadas que encontramos nos currículos típicos de graduação das ciências “duras”. Então, esses caras (quase sempre homens) sentem um pouco do poder da matemática e abusam dele, sem entender análise multivariada, ciência da complexidade, caos e equações diferenciais não-lineares, que são conceitos que se aprende no nível de doutorado. Isso casa com o seu desdém reacionário usual pelas ciências humanas – as quais evitam a abordagem positivista de olhar variáveis ​​isoladamente -, e, ao contrário delas, lidam com a sociedade “como dada”. Além disso, há também a questão maior da razão instrumental e da divisão do trabalho no capitalismo, que hiper-especializa os seres humanos ao ponto de serem incapazes de ver o mundo sem os filtros de seu método ou profissão, reduzindo o problema das sociedades a uma reta vulgar que atravessa uma dispersão de dados.

Os charlatães de extrema direita são os mais obviamente doentes com a doença univariada; no entanto, essa doença está mais ou menos generalizada, neste momento. Grande parte das políticas “liberais”, que guiam os testes padronizados, as políticas educacionais e nossa crença em economias baseadas no mercado [1], dependem de muitas técnicas similares àquelas usadas por malucos racistas: Ou seja, a crença de que uma certa forma de regressão linear, na maior parte do tempo usando muito poucas variáveis, é uma forte evidência para certas políticas. Além do problema com essa abordagem conforme delimitado nos parágrafos acima, há também o problema do dinamismo. Vivemos em uma sociedade de classes, com desigualdades, guerras, etc., e, portanto, quaisquer correlações e leis que se possamos encontrar são específicas apenas à atual configuração social marcada por exploração, divisões de gênero, racializada e ecocida. Portanto, as leis econômicas e sociais que regulam essa sociedade podem não ter sentido algum quando imaginamos um mundo sem classes ou nações, como Einstein disse certa vez em “Por Que Socialismo?“:

Mas a tradição histórica é, por assim dizer, de ontem; em lugar algum realmente superamos o que Thorstein Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os fatos econômicos observáveis pertencem àquela fase e até mesmo as leis que derivam deles não são aplicáveis a outras fases. Como o real propósito do socialismo é precisamente superar e avançar a fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência econômica em seu estado atual pode jogar pouca luz na sociedade socialista do futuro.

Tradução: Everton Lourenço


Notas

[1] O debate sobre os problemas relacionados à essa ideia sobre a “superioridade” dos mercados como elemento principal de organização de uma sociedade é gigantesco. Aqui n’O Minhocário estão disponíveis muitos textos que lidam com vários aspectos desse debate. Alguns muitos significativos:  “O Mercado é Mesmo Bom?“, de Luis Felipe Miguel; “Existe Mesmo Algo Como Um “Livre-Mercado”?”, “O Livre-Mercado Faz Países Pobres Ficarem Ricos?” e “A África Está Destinada ao Subdesenvolvimento?”  de Ha-Joon Chang; “Economia e Planejamento Soviéticos e as Lições na Queda, de Paul Cockshott e Allin Cottrel (principalmente o texto 4, “Observações Sobre a Possibilidade de Coordenação e Planejamento Computadorizado de Toda Uma Economia Industrial); o debate em “Socialismo, Mercado, Planejamento e Democracia”, de Seth Ackerman, John Quiggin, Tyler Zimmer, Jeff Moniker, Matthijs Krul, HumanaEsfera; e “Defeitos Estruturais de Controle no Sistema do Capital“, de István Mészáros.

Para um histórico geral dos efeitos do domínio dessa mentalidade, principalmente nas décadas à partir dos anos 80, é importante estudar a categoria do “Neoliberalismo“, que representa tanto a etapa atual do Capitalismo, a sua ideologia dominante atualmente (juntamente dos valores e formas de subjetividade que eles incentivam), sua força política e a história das suas “reformas” pelos governos ao redor do mundo. Vale muito a pena ler a introdução de George Monbiot sobre o tema para o jornal The Guardian: ‘Neoliberalismo, a Ideologia na Raiz de Nossos Problemas’, além de ‘Desabamento Contínuo: Neoliberalismo Como Estágio da Crise Capitalista, Rendição Social-Democrata, Revolta Popular Recente e as Aberturas à Esquerda’, de Robert Brenner. ‘Como Vai Acabar o Capitalismo?’, de Wolfgang Streeck faz uma análise do desmonte trazido pelo período neoliberal e defende que seu sucesso pode estar levando o Capitalismo global a uma ruptura, mesmo na ausência de uma alternativa global organizada. Em ‘Realismo Capitalista e a Exclusão do Futuro’ e‘Como Matar Um Zumbi: Elaborando Estratégias Para o Fim do Neoliberalismo’, Mark Fisher comenta a perda do impulso ideológico à frente que marcou o domínio do Neoliberalismo em suas décadas de certezas absolutas (dos  anos 80 até a crise de 2008) e também analisa questões que os movimentos da Esquerda precisarão resolver para derrubá-lo de vez. Outros textos interessantíssimos sobre o neoliberalismo podem ser acessados aqui.  [N.M.]


Leituras Relacionadas

  • O Capitalismo Está Arruinando a Ciência [Meagan Day e Cold Dark Stars] – Os incentivos de mercado aplicados ao ambiente universitário, com exigências cada vez mais rigorosas em publicações, financiamento, patentes, etc, juntamente do crescimento da fragmentação do conhecimento em campos cada vez mais isolados entre si e com exigências crescentes de complexidade informacional e distância cada vez maior em relação à realidade concreta criam uma situação que ameaça sua imagem como espaço para a busca de respostas para nossos problemas como sociedade, a construção de conhecimento coletivo, a própria integridade do empreendimento científico. 
  • Inovação Vermelha [Tony Smith] – “Longe de sufocar a inovação, uma sociedade Socialista colocaria o progresso tecnológico a serviço das pessoas comuns.”
  • Bill Gates, Socialista? [Leigh Phillips] – “Bill Gates está certo: o setor privado está sufocando a inovação em energias limpas. Mas esse não é o único lugar em que o Capitalismo está nos limitando.
  • A Revolução Cybersyn [Eden Medina] – Cinco lições de um projeto de computação socialista no Chile de Salvador Allende.
  • Elon Musk Não é o Futuro – [Paris Marx] Os dirigentes das grandes empresas de tecnologia estão nessa apenas por eles mesmos, não pelo bem público.
  • Bill Gates Não Vai Nos Salvar [E Nem Elon Musk] – [Ben Tarnoff] Quando se trata de tecnologia verde, apenas o Estado pode fazer o que o Vale do Silício não pode.
  • Planejando o Bom Antropoceno – [Leigh Phillips e Michal Rozworski] O mercado está nos levando cegamente a uma calamidade climática – o planejamento democrático é uma saída.
  • Todo Poder aos “Espaços de Fazedores” [Guy Rundle] – “A impressão 3-D em sua forma atual pode ser um retorno às obrigações enfadonhas do movimento “pequeno é belo”, mas tem o potencial para fazer muito mais.
  • O Lamentável Declínio das Utopias Espaciais [Brianna Rennix] – “Narrativas ficcionais são um fator enorme moldando nossas expectativas do que é possível. Infelizmente, utopias estão atualmente fora de moda, como a tediosa proliferação de ficção distópica e filmes de desastre parece indicar. Por que só “libertarianos” fantasiam sobre o espaço hoje em dia?”
  • Precisamos Dominá-la [Peter Frase] – “Nosso desafio é ver na tecnologia tanto os atuais instrumentos de controle dos empregadores quanto as precondições para uma sociedade pós-escassez.
  • Tecnologia e Estratégia Socialista [Paul Heidmann] – “Com poderosos movimentos de classe em sua retaguarda, a tecnologia pode prometer a emancipação do trabalho, ao invés de mais miséria.
  • Obsolescência Planejada: Armadilha Silenciosa na Sociedade de Consumo[Valquíria Padilha e Renata Cristina A. Bonifácio] – O crescimento pelo crescimento é irracional. Precisamos descolonizar nossos pensamentos construídos com base nessa irracionalidade para abrirmos a mente e sairmos do torpor que nos impede de agir
  • O Mito do Antropoceno [Andreas Malm] – Culpar toda a Humanidade pela mudança climática deixa o Capitalismo sair ileso.
  • Comunismo Verde Totalmente Automatizado – [Aaron Bastani] O desafio das mudanças climáticas precisa de uma resposta à altura, que reconheça a sua dimensão, amplitude e a necessidade de mudanças profundas em nossas tecnologias, relações de produção, relações com a natureza, em nosso dia-a-dia e em nossas visões de mundo. Felizmente, depois de décadas de dominação quase absoluta do “realismo capitalista” e de suas propostas vazias de respostas à crise climática via mercado, vai se abrindo o espaço para uma proposta “populista” pela construção de uma alternativa radical que abrace a expansão e a democratização das tecnologias de energias renováveis, robótica fina, inteligência artificial, e produção aditiva como um projeto político a ser disputado, para a construção de uma sociedade focada na sustentabilidade e na socialização da abundância, do lazer, do bem-estar e da maior disponibilidade de tempo para as mais diversas atividades.
  • Quatro Futuros: Vida Após o Capitalismo – [Peter Frase] [“Crise climática”, “mudanças ambientais”, “robôs inteligentes”, “robôs tomando empregos”: os impactos da Crise Climática e de novas tecnologias de Automação de postos de trabalho para o nosso futuro comum vêm sendo cada vez mais discutidos. Se os avanços tecnológicos da “Quarta Revolução Industrial” (em especial em campos como Inteligência Artificial, Robótica avançada, fabricação aditiva, etc) forem o suficiente para automatizarmos a maior parte das atividades que hoje são empregos, reduzindo a um mínimo a necessidade de trabalho humano, a produção de mercadorias através de trabalho assalariado estará superada – e, portanto, estaremos falando do fim do Capitalismo; a questão então é o que virá depois. Será que a possibilidade de toda essa automação é o bastante para garantir que ela vai ocorrer? Qual seria o impacto disso sobre as vidas das pessoas? Como as questões ambientais/climáticas entram nesse quadro? E as relações de propriedade e produção capitalistas e a Política, especificamente a Luta de Classes? Que tipo de cenários podemos esperar à partir do fim do Capitalismo?]
  • Tecnologia e Ecologia Como Apocalipse e Utopia – [Peter Frase] Muito se tem falado sobre os impactos da Crise Climática e de novas tecnologias de Automação de postos de trabalho para o nosso futuro em comum. Como as relações de propriedade e produção capitalistas e a Política, especificamente a Luta de Classes, se encaixam neste quadro? Será que a possibilidade de automação quase generalizada seria o bastante para garantir que ela ocorrerá? Qual seria o impacto dela sobre as condições de vida das pessoas? Com base nesses elementos, que tipo de cenários podemos esperar à partir do fim do Capitalismo?
  • Socialismo Como Futuro Automatizado e Igualitário em Resposta à Crise Ambiental – [Peter Frase] Se os avanços tecnológicos da Quarta Revolução Industrial (em campos como Inteligência Artificial, Robótica avançada, fabricação aditiva, etc) forem o suficiente para automatizarmos a maior parte dos empregos, reduzindo a um mínimo a necessidade de trabalho humano, a produção de mercadorias através de trabalho assalariado estará superada – e, portanto, também o capitalismo. Se isso for alcançado em uma sociedade mais igualitária, democrática, sustentável e racional, ainda assim é possível que teremos de nos organizar para lidar com o estrago deixado no planeta pelo sistema capitalista, planejando, executando e administrando  projetos gigantescos de reconstrução, geo-engenharia e racionamento de recursos limitados. Em outras palavras, provavelmente ainda precisaremos de algum tipo de Estado.
  • Comunismo Como Futuro Automatizado de Igualdade e Abundância – [Peter Frase] Um mundo em que a tecnologia tenha superado ou reduzido a um mínimo (e de forma sustentável) a necessidade de trabalho humano; em que esse potencial seja compartilhado com todos, eliminando a exploração e a alienação das relações de trabalho assalariado; onde as hierarquias derivadas do Capital tenham sido suplantadas por um modelo mais igualitário, agora capaz não só de sanar as necessidades de todos, mas de permitir o livre desenvolvimento de cada um, parece para muitos como um sonho de utopia inalcançável e ingênuo, onde não existiriam quaisquer conflitos ou hierarquias. Será mesmo?
  • Vivo Sob o Sol [Alyssa Battistoni] – “Não há caminho rumo a um futuro sustentável sem lidar com as velhas pedras no caminho do ambientalismo: consumo e empregos. E a maneira de fazer isso é através de uma Renda Básica Universal. “
  • Um Mundo Socialista Não Significaria Só Uma Crise Ambiental Maior Ainda? [Alyssa Battistoni] – “Sob o Socialismo, nós tomaríamos decisões sobre o uso de recursos democraticamente, levando em consideração necessidades e valores humanos, ao invés da maximização dos lucros.
  • Rumo a um Socialismo Ciborgue [Alyssa Battistoni] – “A Esquerda precisa de mais vozes e de críticas mais afiadas que coloquem nossa análise do poder e de justiça no centro das discussões ambientais, onde elas devem estar.”
  • A Fantasia do Livre-Mercado [Nicole M. Aschoff] – “Designar o mercado como ‘natural’ e o Estado como ‘antinatural’ é uma ficção conveniente para aqueles casados com o status quo. O “capitalismo consciente”, embora atraente em alguns aspectos, não é uma solução para a degradação ambiental e social que acompanha o sistema de produção voltado ao lucro. A sociedade precisa decidir em que tipo de mundo deseja viver, e essas decisões devem ser tomadas por meio de estruturas e processos democráticos.”
  • Rentismo: Um Futuro Automatizado de Abundância Bloqueada Pela Desigualdade – [Peter Frase] Na penúltima parte da série sobre possíveis futuros após o fim do Capitalismo, – com o fim do uso de trabalho humano assalariado na produção de mercadorias, extrapolando as tendências atuais de aplicação de tecnologias como Inteligência Artificial, Robótica, Fabricação Aditiva, Nanotecnologia, etc – encaramos uma distopia em que as elites do sistema capitalista atual têm sucesso em manter seus privilégios e poderes, usando patentes e direitos autorais para bloquear e restringir para si o que poderia ser o livre-acesso universal à abundância possibilitada pelas conquistas do conhecimento humano num cenário em que a própria escassez poderia ser deixada para trás.
  • Exterminismo: ‘Solução Final’ Num Futuro Automatizado de Desigualdade e Escassez – [Peter Frase] A cada semana somos bombardeados por notícias sobre avanços tecnológicos assombrosos, que prometem diminuir, e muito, a necessidade de trabalho humano nas mais diversas atividades. De fato, podemos imaginar que em algum momento no futuro teremos a necessidade de muito pouco trabalho humano na produção de mercadorias. Mas e se chegarmos nesse ponto ainda divididos entre podres de ricos e “a ralé”? E se os recursos naturais de energia e de matérias-primas não forem o bastante para garantir uma vida luxuriante para todos? E se, do ponto de vista dos abastados, os ex-trabalhadores passarem a representar apenas um “peso inútil”, ou até mesmo, um risco “desnecessário”? No último capítulo sobre possíveis futuros automatizados com o fim do Capitalismo, somos confrontados por uma distopia de desigualdade e crueldade cujas raízes já podemos notar em muitas tendências atuais.
  • O Ano em Que o Capitalismo Real Mostrou a Que Veio – [Jerome Roós] “Tudo que nós um dia deveríamos temer sobre o socialismo — desde repressão estatal e vigilância em massa até padrões de vida em queda — aconteceu diante de nossos olhos
  • Lingirie Egípcia e o Futuro Robô [Peter Frase] – O pânico sobre automação erra o alvo – o verdadeiro problema é que os próprios trabalhadores são tratados feito máquinas.”
  • Os Ricos Não Merecem Ficar Com a Maior Parte do Seu Dinheiro? – “A riqueza é criada socialmente – a redistribuição apenas permite que mais pessoas aproveitem os frutos do seu trabalho.”
  • Contando Com os Bilionários [Japhy Wilson] – Filantropo-capitalistas como George Soros querem que acreditemos que eles podem remediar a miséria econômica que eles mesmos criam.
  • A Sociedade do Smartphone [Nicole M. Aschoff] – “Assim como o automóvel definiu o Século XX, o Smartphone está reformulando como nós vivemos e trabalhamos hoje em dia.”
  • Bill Gates e os 4 Bilhões na Pobreza [Michael Roberts] – “A pobreza global está caindo ou crescendo? Sabe-se que a desigualdade global vem aumentando rapidamente nas últimas décadas, mas muitos defensores do capitalismo se apressam para nos afirmar que, apesar disso, nunca estivemos melhor. Será mesmo?
  • Uma Economia Para os 99% – relatório da Oxfam apresentando dados sobre a situação atual das desigualdades sociais; os mecanismos que as vêm reproduzindo e aprofundando mundo à fora; sobre como isso destrói qualquer possibilidade de democracia; e sobre possíveis medidas para superar esta situação;
  • Pikettyismos [Ladislau Dowbor] – “O livro de Thomas Piketty [documentando toda a trajetória da desigualdade no mundo desenvolvido desde o século XIX e provando que ela vem crescendo rapidamente nas últimas décadas, desde a virada para o Neoliberalismo] está nos fazendo refletir, não só na esquerda, mas em todo o espectro político. Cada um, naturalmente, digere os argumentos, e em particular a arquitetura teórica do volume, à sua maneira.”
  • ABCs do Socialismo
  • Por Que Socialismo? – Albert Einstein explica, de maneira clara e objetiva, os problemas fundamentais que enxerga na sociedade capitalista e porque uma sociedade socialista poderia ser o caminho para superá-los.
  • Socialismo, Mercado, Planejamento e Democracia [Seth Ackerman, John Quiggin, Tyler Zimmer, Jeff Moniker, Matthijs Krul, HumanaEsfera] – “O socialismo promete a emancipação humana, com o alargamento da democracia e da racionalidade para a produção e distribuição de bens e serviços e o uso da tecnologia acumulada pela humanidade para a redução a um mínimo do trabalho necessário por cada pessoa, liberando seu tempo para o seu livre desenvolvimento. Como organizar uma economia socialista para realizar essas promessas?”
  • Votando Sob o Socialismo – [Peter Frase] Vai ser mais significativo – mas esperamos que não envolva assembleias sem-fim.
  • Democratizar Isso [Michal Rozworski] – “Os planos do Partido Trabalhista inglês para buscar modelos democráticos de propriedade são o aspecto mais radical do programa de Corbyn, e um dos mais radicais que temos visto na política dominante em muito tempo.”
  • Economia e Planejamento Soviéticos e as Lições na Queda – [Paul Cockshott e Allin Cottrel] “Desde os anos 90 temos sido bombardeados por relatos sobre como a queda da União Soviética seria uma prova definitiva da impossibilidade de qualquer forma de Economia Planejada racionalmente, de qualquer forma de Economia Socialista, de qualquer forma de Socialismo – e de que não existiria alternativa para organizar a produção e o consumo das sociedades humanas a não ser o Capitalismo de Livre-Mercado. Será mesmo?
  • Bancos, Finanças, Socialismo e Democracia – [Ladislau Dowbor, Nuno Teles e J. W. Mason] Os bancos são instituições centrais na articulação das atividades no sistema capitalista. Como essas instituições deixaram de cumprir suas funções básicas e passaram a estender seu domínio sobre toda a economia? Podemos ver o sistema financeiro como um ambiente “neutro” cujos resultados são os “naturais” gerados pelos “mercados”? Será que dividir os grandes bancos será o suficiente para resolver essa situação?
  • O Comunismo Não Passa de Um Sonho de Utopia? Só Funcionaria Com Pessoas Perfeitas? – [Terry Eagleton] “O Comunismo é apenas um sonho de ingenuidade, utopia e perfeição? Ele ignora a maldade e o egoísmo que estariam na essência da natureza humana? Um tal sistema precisaria que todos pensassem e agissem de uma única maneira, só poderia funcionar com pessoas perfeitas e harmoniosas como peças de relógio, nunca com os seres humanos diversos e falhos que realmente existem?”
  • Políticas Para Se ‘Arranjar Uma Vida’ [Peter Frase] – “O trabalho em uma sociedade capitalista é um fenômeno conflituoso e contraditório. Uma política para a classe trabalhadora tem de ser contra o trabalho, apelando para o prazer e o desejo, ao invés de sacrifício e auto-negação.
  • Todo Poder aos “Espaços de Fazedores” [Guy Rundle] – “A impressão 3-D em sua forma atual pode ser um retorno às obrigações enfadonhas do movimento “pequeno é belo”, mas tem o potencial para fazer muito mais.
  • Os Robôs Vão Tomar Seu Emprego? [Nick Srnicek e Alex Williams] – “Com a automação causando ou não uma devastação nos empregos, o futuro do trabalho sob o capitalismo parece cada vez mais sombrio. Precisamos agora olhar para horizontes pós-trabalho.”
  • Robôs e Inteligência Artificial: Utopia ou Distopia? [Michael Roberts] – “Diz muito sobre o momento atual que enquanto encaramos um futuro que pode se assemelhar ou com uma distopia hiper-capitalista ou com um paraíso socialista, a segunda opção não seja nem mencionada.”
  • Robôs, Crescimento e Desigualdade – Mesmo uma instituição como o FMIvem notando as tendências que a automação de empregos devem gerar nas próximas décadas, incluindo um crescimento vertiginoso da desigualdade social, e a necessidade de compartilhar a abundância prometida por essas inovações.
  • Automação e o ‘Fim do Trabalho’ na Mídia Internacional Dominante 
  • Como Vai Acabar o Capitalismo? – [Wolfgang Streeck] “O epílogo de um sistema em desmantêlo crônico: A legitimidade da ‘democracia’ capitalista se baseava na premissa de que os Estados eram capazes de intervir nos mercados e corrigir seus resultados, em favor dos cidadãos; hoje, as dúvidas sobre a compatibilidade entre uma economia capitalista e um sistema democrático voltaram com força total.”
  • Neoliberalismo, A Ideologia na Raiz de Nossos Problemas – [George Monbiot] “Crise financeira, desastre ambiental e mesmo a ascensão de Donald Trump – o Neoliberalismo,  a ideologia dominante no ‘Ocidente’ desde os anos 80, desempenhou seu papel em todos eles. Como surgiu e foi adotado pelas elites a ponto de tornar-se invisível e difuso? Por que a Esquerda fracassou até agora em enfrentá-lo?”
  • Desabamento Contínuo: Neoliberalismo Como Estágio da Crise Capitalista, Rendição Social-Democrata, Revolta Popular Recente e as Aberturas à Esquerda – [Robert Brenner] Na fase atual do neoliberalismo, o capitalismo não é mais capaz de garantir crescimento e desenvolvimento semelhantes aos estágios anteriores. Nem mesmo se mostra capaz de garantir condições de vida aos trabalhadores e, assim, assegurar seu apoio ao sistema – passando a depender cada vez mais do medo imposto sobre os mesmos sobre a perda de seus empregos, sobre o futuro, e sobre repressão – e despertando revolta de massa à Esquerda e à Direita. O que se segue é uma tentativa inicial e muito parcial de apresentar como entendemos o panorama político de hoje; uma série de suas características notáveis; as aberturas que se apresentam aos movimentos e à Esquerda; e os problemas que a Esquerda enfrenta.
  • O Projeto Socialista e a Classe Trabalhadora – [David Zachariah] “As pessoas na Esquerda estão unidas em seu objetivo de uma sociedade em que cada indivíduo encontre meios aproximadamente iguais para o pleno desenvolvimento de suas capacidades diversas. O que distingue os socialistas é o reconhecimento de que a forma específica como a sociedade está organizada para reproduzir a si mesma também reproduz grandes desigualdades sociais nos padrões de vida, emprego, condições de trabalho, saúde, educação, habitação, acesso à cultura, meios de desenvolvimento e frutos do trabalho social, etc.
  • O País Já Não é Meio Socialista? – Não, Socialismo não é só sobre mais governo – é sobre propriedade e controle democráticos.
  • Pelo Menos o Capitalismo é Livre e Democrático, Né? – Pode parecer que é assim, mas Liberdade e Democracia genuínas não são compatíveis com o Capitalismo.
  • O Socialismo Soa Bem na Teoria, Mas a Natureza Humana Não o Torna Impossível de Se Realizar? – “Nossa natureza compartilhada na verdade nos ajuda a construir e definir os valores de uma sociedade mais justa.”
  • Os Ricos Não Merecem Ficar Com a Maior Parte do Seu Dinheiro? – “A riqueza é criada socialmente – a redistribuição apenas permite que mais pessoas aproveitem os frutos do seu trabalho.”
  • Os Socialistas Vão Levar Meus CDs do Calypso? – Socialistas querem um mundo sem Propriedade Privada, não Propriedade Pessoal. Você pode guardar seus discos.
  • O Socialismo Não Termina Sempre em Ditadura? – O Socialismo é muitas vezes misturado com autoritarismo. Mas historicamente, Socialistas tem estado entre os defensores mais convictos da Democracia.
  • O Socialismo Não É Só Um Conceito Ocidental? – O Socialismo não é Eurocêntrico por que a lógica do Capital é universal – e a resistência a ela também.
  • E Sobre o Racismo? Os Socialistas Não Se Preocupam Só Com Classe? – Na verdade acreditamos que a luta contra o Racismo é central para desfazer o poder da classe dominante. 
  • O Socialismo e o Feminismo Não Entram Às Vezes Em Conflito? – Em última análise, os objetivos do Feminismo radical e do Socialismo são os mesmos – Justiça e Igualdade para todas as pessoas.
  • Um Mundo Socialista Não Significaria Só Uma Crise Ambiental Maior Ainda? – “Sob o Socialismo, nós tomaríamos decisões sobre o uso de recursos democraticamente, levando em consideração necessidades e valores humanos, ao invés da maximização dos lucros.
  • Os Socialistas São Pacifistas? Algumas Guerras Não São Justificadas? – Socialistas querem erradicar a guerra por que ela é brutal e irracional. Mas nós pensamos que existe uma diferença entre a violência dos oprimidos e a dos opressores. 
  • Por Que os Socialistas Falam Tanto em Trabalhadores? – Os trabalhadores estão no coração do sistema capitalista. E é por isso que eles estão no centro da política socialista. 
  • O Socialismo Vai Ser Chato? – “O Socialismo não é sobre induzir uma branda mediocridade. É sobre libertar o potencial criativo de todos.
  • Os Socialistas Querem Tornar Todos Iguais? Querem Acabar Com a Nossa Individualidade?
  • O Marxismo Está Ultrapassado? Ele Só Tinha Algo a Dizer Sobre a Inglaterra do Século XIX, e Olhe Lá?
  • O Marxismo é Uma Ideologia Assassina, Que Só Pode Gerar Miséria? – “O Marxismo é uma ideologia sanguinária e assassina, que só pode gerar miséria compartilhada? Socialismo significa falta de liberdade e uma economia falida?”

 

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