A igualdade não é inimiga da liberdade, mas uma base para a liberdade de todos.
por Luis Felipe Miguel, no medium do grupo Demodê, 2016
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por Luis Felipe Miguel, no medium do grupo Demodê, 2016
Continuar lendoResumindo, talvez além do admissível, as investigações acerca da essência humana, poderíamos afirmar que nela encontramos dois grandes momentos: o primeiro, que vai dos gregos até Hegel, e o segundo, de Marx até nossos dias. Se, até Hegel, o problema era descobrir qual o limite das possibilidades de evolução da sociedade a partir da determinação de uma essência a-histórica, com Marx o problema se converte em como transformar a história humana, suas relações sociais predominantes, de modo a transformar a essência humana no sentido de possibilitar o seu pleno desenvolvimento a partir de uma nova relação. Não se trata mais de justificar a dominação da classe representada pelo pensador ao transformar a sociedade de sua época no “fim da história” (Aristóteles e o escravismo, a escolástica e a sociedade feudal, os modernos e Hegel e a sociedade burguesa etc.), mas sim de explorar as possibilidades reais, efetivas, inscritas nas contradições inerentes à ordem presente, para a superação dos estranhamentos nela operantes e evoluir para uma sociedade (ou seja, com as devidas mediações, para uma nova conformação da essência humana) na qual tais estranhamentos não mais possam operar.
por Sérgio Lessa, na Revisa Outubro, Ed. 6 (2001)
Continuar lendo[Ao contrário das representações que as teorias econômicas dominantes fazem do comportamento individual humano e de sua maneira de tomar decisões, os indivíduos são seres altamente imperfeitos — com racionalidade limitada, motivos complexos e conflituosos, credulidade, condicionamento social e até mesmo contradições internas – e isso na verdade faz com que os indivíduos contem mais, e não menos.]
por Ha-Joon Chang
A tese defendida no artigo é de que o neoliberalismo de von Mises fundamenta-se em uma filosofia de inspiração religiosa e aristocrática. Defende-se que a teoria de von Mises contém um comprometimento com uma ontologia de dois mundos, inspirada pela filosofia de Tomás de Aquino. Tal ontologia de natureza religiosa ganha caráter secular com o argumento aristocrático, presente em sua teoria da história, sua visão da democracia e do funcionamento dos mercados. Conclui-se que o neoliberalismo de von Mises baseia-se em argumentos da reação feudal à ascensão do capitalismo, com o fim de preservar e justificar este último.
por André Guimarães Augusto, na Revista da SEP, 2016
por Ha-Joon Chang
[Nota do Minhocário: Os artigos abaixo lidam com 3 dos mitos que mais ouvimos (principalmente nas últimas décadas) para justificar a situação de subdesenvolvimento dos países mais pobres e dependentes, e para justificar a razão pela qual os países mais ricos teriam alcançado o seu nível de desenvolvimento: o nível da educação, a cultura empreendedora e a produtividade individual dos cidadãos desses países.]
A solução para os graves problemas estruturais que enfrentamos hoje será ‘liberal’? Podemos confiar nos ‘Mercados’ para solucionar nossos problemas?
“A razão principal por que este sistema forçosamente escapa a um significativo grau de controle humano é precisamente o fato de ter, ele próprio, surgido no curso da história como uma poderosa – na verdade, até o presente, de longe a mais poderosa – estrutura “totalizadora” de controle à qual tudo o mais, inclusive seres humanos, deve se ajustar, e assim provar sua “viabilidade produtiva”, ou perecer, caso não consiga se adaptar. Não se pode imaginar um sistema de controle mais inexoravelmente absorvente – e, neste importante sentido, “totalitário” – do que o sistema do capital globalmente dominante, que sujeita cegamente aos mesmos imperativos a questão da saúde e a do comércio, a educação e a agricultura, a arte e a indústria manufatureira, que implacavelmente sobrepõe a tudo seus próprios critérios de viabilidade, desde as menores unidades de seu “microcosmo” até as mais gigantescas empresas transnacionais, desde as mais íntimas relações pessoais aos mais complexos processos de tomada de decisão dos vastos monopólios industriais, sempre a favor dos fortes e contra os fracos. […] o preço a ser pago por esse incomensurável dinamismo totalizador é, paradoxalmente, a perda de controle sobre os processos de tomada de decisão. Isto não se aplica apenas aos trabalhadores, em cujo caso a perda de controle […] é bastante óbvia, mas até aos capitalistas mais ricos, pois, não importa quantas ações controladoras eles possuam na companhia ou nas companhias de que legalmente são donos como indivíduos particulares, seu poder de controle no conjunto do sistema do capital é absolutamente insignificante. ”
por István Mészáros, em Para Além do Capital, 1995
[Quantas razões ou justificativas já ouvimos para o subdesenvolvimento da África (e de outras regiões da periferia do capitalismo, incluindo o nosso Brasil, claro)? Clima, características culturais (corrupção, preguiça, falta de cultura de poupança, falta de empreendedorismo, etc), limites geográficos, excesso de recursos naturais, falta de homogeneidade da população.. Todo mundo parece ter as suas explicações favoritas. Quanto de verdade há nelas? Será que os países que hoje são ricos não tiveram também a sua cota de problemas estruturais? Será que a África (e as muitas outras regiões subdesenvolvidas e dependentes) está condenada a permanecer nessas condições?]
por Ha-Joon Chang
E se não for a gente quem está doente, mas um sistema em desacordo com quem somos como seres sociais?
por Rod Tweedy e Mark Fisher
[Nota de Tradução: Apresentamos abaixo dois textos discutindo a relação, cada vez mais escancarada, entre os valores incentivados em uma sociedade capitalista e os diversos tipos de sofrimento mental que se alastram por nossas sociedades modernas, deixando para trás a ideia dessas doenças como meras questões individuais:
I. Um Mundo Insano, de Rod Tweedy, comenta sobre pesquisas recentes nas áreas de psicologia e neurobiologia que vêm trazendo à luz questões coletivas relacionadas às doenças mentais, suas conexões com aspectos fundamentais da sociedade atual e desmontando os pressupostos básicos sobre o ser humano que permeiam os valores sociais sob o capitalismo.
II. Não Prestar Pra Nada, de Mark Fisher (publicado originalmente no medium do parceiro Victor Marques), apresenta a força de seu relato pessoal de luta contra a depressão e seu lento caminho de reflexões até a compreensão desse mal como uma questão política e social, para muito além de seu sofrimento individual. ]
Os bancos são instituições centrais na articulação das atividades no sistema capitalista. Como essas instituições deixaram de cumprir suas funções básicas e passaram a estender seu domínio sobre toda a economia? Podemos ver o sistema financeiro como um ambiente “neutro” cujos resultados são os “naturais” gerados pelos “mercados”? Será que dividir os grandes bancos será o suficiente para resolver essa situação?
por Ladislau Dowbor, Nuno Teles e J. W. Mason
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