Em última análise, os objetivos do Feminismo radical e do Socialismo são os mesmos – Justiça e Igualdade para todas as pessoas.
ABCs do Socialismo – Parte 9
por Nicole Aschoff, na Revista Jacobin, abril de 2016
Ilustração: Phil Wrigglesworth | Jacobin
Socialismo e feminismo têm uma relação longa, e por vezes pesada.
Socialistas são muitas vezes acusados de enfatizarem demais a questão de classe – de colocar a divisão estrutural entre aqueles que precisam trabalhar em troca de um salário para sobreviver e aqueles que possuem os meios de produção no centro de cada análise. Até pior, eles ignoram ou inferiorizam o quão centrais outros fatores – como sexismo, racismo ou homofobia – são na formação de hierarquias de poder. Ou eles admitem a importância destas normas e práticas negativas, mas defendem que elas somente poderão ser extirpadas depois que a gente se livrar do Capitalismo.
Ao mesmo tempo, Socialistas acusam feministas hegemônicas de se focar demais em direitos individuais ao invés da luta coletiva, e ignorar as divisões estruturais entre as mulheres. Eles acusam as feministas hegemônicas de se alinharem com projetos políticos burgueses [1] que diminuem a capacidade de ação de mulheres trabalhadoras, ou de pressionar por demandas de classe média que ignoram as necessidades e desejos de mulheres pobres, tanto no Norte Global quanto no Sul.
Estes debates são antigos e datam da metade do século XIX e da Primeira Internacional, e giram em torno de questões políticas profundas sobre poder e as contradições da sociedade Capitalista. Continuar lendo →